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Vale do Catimbau é Pernambuco como você nunca viu

A Capital Pernambucana da Arte Rupestre tem 13 trilhas oficiais [...]

28 abr 2024 - 08h37
(atualizado às 08h39)
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Para celebrar o Dia Nacional da Caatinga, neste 28 de abril, o Viagem em Pauta relembra o Vale do Catimbau, uma das viagens mais potentes nesse bioma, exclusivamente, brasileiro.

Até parece coisa de outro mundo, mas é um destino a 290 quilômetros do Recife (PE), uma região de trilhas de visual cenográfico e endereço do segundo maior conjunto de pinturas rupestres do Brasil.

Buíque é a cidade de acesso ao Parque Nacional do Catimbau, uma área preservada de 62 mil hectares com 13 trilhas oficiais, feitas obrigatoriamente com o acompanhamento de um guia, e 30 sítios arqueológicos catalogados pelo IPHAN (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional), que deram ao Catimbau o título de Capital Pernambucana da Arte Rupestre.

VEJA VÍDEO

O QUE FAZER NO VALE DO CATIMBAU

Trilha do Santuário

Essa caminhada de sete quilômetros (ida e volta) e dificuldade média é uma das mais procuradas, sobretudo por conta do anfiteatro natural de pedras que um dia foi lugar sagrado para rituais indígenas.

Conhecida também como Vale da Lua, essa arena rochosa de arenito é resultado da época em que a região foi o fundo do mar, há 450 milhões de anos, aproximadamente.

A caminhada por terreno plano, que pode ser reduzida com deslocamentos em carros 4×4 até um certo ponto, passa por mirantes naturais com vista para aquele mar de pedras que se estende no horizonte.

Trilha do Santuário
Trilha do Santuário
Foto: Eduardo Vessoni / Viagem em Pauta

Trilha das Torres

Mais exigente, essa caminhada de 2,5 quilômetros de extensão (ida e volta) é feita por terreno irregular de variação de altitude, cujo ponto alto é o setor dos Lapiás, um paredão colorido esculpido pelas ações do vento e da chuva.

"São várias camadas de sedimento que foram se depositando uma em cima da outra, por isso encontramos nessas rochas porosas camadas de vermelho, branco e amarelo", explica o guia Hirandir João de Lima e Silva.

Outro destaque é o platô da colina onde ficam as rochas em forma de torres que dão nome à trilha e mirantes naturais com vista de 360° do Vale do Catimbau, de onde é possível ver a clássica Pedra do Cachorro.

Lapiás, na Trilha das Torres
Lapiás, na Trilha das Torres
Foto: Eduardo Vessoni / Viagem em Pauta

Trilha do Chapadão

São 2,5 quilômetros de caminhada de dificuldade baixa, entre ida e volta, cujo destaque é o mirante natural a 300 metros de altura, em um dos pontos mais altos do Vale do Catimbau.

Considerado um dos atrativos mais procurados para observação do pôr do sol, o local tem vista do Brejo São José, em um vale em forma de ferradura.

Trilha do Chapadão
Trilha do Chapadão
Foto: Eduardo Vessoni] / Viagem em Pauta

Trilha da Igrejinha

A melhor notícia para quem faz essa trilha curta de 700 metros (ida e volta) é o fácil acesso de carro que, praticamente, estaciona em frente dessa formação alaranjada com um furo no meio.

Na definição local, é uma "porta de uma igreja gótica de um castelo medieval" (e dá-lhe "teimosia da imaginação" para visualizar essas esculturas esculpidas pelo vento).

Trilha da Igrejinha
Trilha da Igrejinha
Foto: Eduardo Vessoni / Viagem em Pauta

Trilhas da Casa de Farinha e Loca da Cinza

Essas duas trilhas dão acesso a dois dos cinco únicos sítios arqueológicos abertos para visitação no Vale do Catimbau.

Historicamente conhecida como Pedra Pintada, a Casa de Farinha fica em um antigo abrigo sob rocha que era usado pelos moradores locais para produção de farinha.

No total, são quatro quilômetros de caminhada, entre ida e volta, e baixo grau de dificuldade.

Arte bruta

Cenário de produções como a novela Mar do Sertão e os longas Árido Movie e Big Jato, o Vale do Catimbau também inspira.

É ali, por exemplo, que os artesãos Simone de Souza e Luiz Benício fazem suas obras talhadas, no sítio Fazenda Velha, ao lado da Pedra do Cachorro, em Buíque.

O casal é conhecido pelas esculturas, móveis e peças decorativas feitos com umburana e jaqueira, que mais parecem uma extensão do cenário lá fora.

"Comecei há 23 anos polindo minha arte e colocando pigmentos de tinta, mas senti a carência de uma arte mais rústica. Tirei então a lixa e hoje meu trabalho é o corte do facão e do formão", conta Benício.

Simone de Souza, artesã do Vale do Catimbau
Simone de Souza, artesã do Vale do Catimbau
Foto: Eduardo Vessoni / Viagem em Pauta
Viagem em Pauta
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