Viagem a Foz pode incluir roteiro nada óbvio na Argentina
Viajante que já se encanta com as cataratas do Iguaçu também deve explorar destinos menos conhecidos, mas igualmente interessantes
Apesar da rivalidade histórica – e folclórica -, Brasil e Argentina compartilham um tesouro: as Cataratas do Iguaçu. Até por isso, é quase um pecado o visitante brasileiro não dar um pulo no país vizinho para ver as quedas d'água por outro ângulo.
E quem decidir cruzar a fronteira vai descobrir que os hermanos têm outras alternativas turísticas menos conhecidas, mas igualmente interessantes. Confira dicas para montar um roteiro nada óbvio.
Puerto Iguazú
Os brasileiros geralmente encaram esta cidade, que faz fronteira com Foz do Iguaçu, apenas como um local de passagem para as cataratas. Mas ela tem mais a oferecer do que imagina o distraído viajante e, dependendo do pique, vale até dormir uma noite por lá.
“Puerto Iguazú tem vários restaurantes muito bons, que servem as famosas carnes argentinas. Recentemente, abriram dois restaurantes com perfil mais sofisticado, de gastronomia contemporânea e com preços não tão altos”, diz Glicério Santos, dono da agência de turismo All Brasil, em Foz do Iguaçu.
A cidade já foi mais atraente para os brasileiros no quesito compras. Eles costumavam voltar para a casa carregados com queijos, embutidos e azeitonas. “Com a alta do dólar, não é mais vantajoso comprar esses produtos por lá. Os vinhos, no entanto, continuam valendo a pena e há várias vinotecas boas na cidade”, afirma Santos.
A noite de Puerto Iguazú é animada, e os mais ousados podem, até mesmo, arriscar a sorte no Casino Iguazú.
Minas de Wanda
A cerca de 60 km de Foz do Iguaçu, está a cidade argentina de Wanda. A principal atração do local são as minas de pedras semipreciosas, como ágata, ametista, topázio, jaspe e quartzo. “O viajante pode passear por dentro das minas e acompanhar todo o processo, que vai da mineração à lapidação das pedras. Além disso, o lugar é ótimo para comprar joias”, diz Glicério Santos.
“Os brasileiros ainda não conhecem muito Wanda, cuja maioria dos visitantes ainda é argentina”, ressalta Rodrigo Rahmeier, gerente comercial da agência Iguassu Globo Tours, também de Foz do Iguaçu.
O passeio é curto e toma no máximo meio dia do viajante.
Ruínas de San Ignácio
Localizadas a 260 km de Foz do Iguaçu, as ruínas de San Ignácio Mini remontam à passagem dos jesuítas pelo Brasil, Paraguai e Argentina, entre os séculos XVI e XVIII. Desde 1984, elas são consideradas Patrimônio Mundial da UNESCO.
“O ideal é sair bem cedo de Foz do Iguaçu e voltar no fim do dia. O passeio vale muito a pena, até porque as ruínas de San Ignácio são um dos mais preservados vestígios das missões jesuíticas”, destaca Santos.
Documentos exigidos
Assim como o Brasil, a Argentina faz parte do Mercosul e, para entrar no país, não é preciso mostrar passaporte: basta ter em mãos o RG ou a carteira de motorista. “O ideal é que o documento não tenha mais de 10 anos, mas, se não for com foto tirada quando criança, os argentinos não costumam implicar na fronteira”, afirma Rodrigo Rahmeier.
Ele, porém, faz um alerta. “Se há filhos menores de idade, mas apenas um dos pais viaja com as crianças, é preciso levar uma autorização de viagem assinada pelo cônjuge que não foi e registrada em cartório”, completa Rahmeier.
Já Santos lembra que, “no caso de netos menores que viajam com os avós, os dois pais precisam autorizar a viagem. Se a pessoa for viúva, basta levar a certidão de óbito do cônjuge”.
Apesar da facilidade, Santos alerta que o processo na fronteira Argentina é demorado: “Eles fiscalizam 100% das pessoas que entram no país”.