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Vale a pena remover uma tatuagem?

Conheça formas de lidar com o arrependimento!

22 jun 2021 - 21h32
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Como lidar com o arrependimento da tatuagem?
Como lidar com o arrependimento da tatuagem?
Foto: Shutterstock / Alto Astral

As tatuagens são cada vez mais comuns, sendo difícil encontrar alguém que não tenha pelo menos um pequeno desenho escondido pelo corpo. Aliás, há quem diga que a prática é "viciante": após a primeira arte ser feita, fica difícil resistir à vontade de fazer outras! 

Brincadeiras à parte, o mercado de tatuagens cresce cerca de 25% ao ano conforme dados divulgados pelo Sebrae, e permaneceu em alta mesmo com a pandemia. As buscas no Google pelo termo "primeira tatuagem" aumentaram no ano passado, justificando, assim, a alta procura pelo serviço. 

Mas com o passar dos tempos, olhar para as marcas no corpo pode trazer um sentimento bastante indesejado: o arrependimento. Seja pelo impulso na hora de tatuar ou simplesmente por aquele desenho não fazer mais sentido com a sua vida atual, pode bater aquela vontade de voltar no tempo. 

A causa do arrependimento

Na maioria das vezes, a pessoa se arrepende do desenho devido ao significado atribuído a ele ou por remeter a algum momento específico de sua vida. Quando esses dois possíveis motivos deixam de fazer sentido, é normal querer retirar a tatuagem do corpo, para esquecer daquilo.

Mas será que isso é mesmo necessário? Em alguns casos, pensar melhor e refletir sobre a decisão pode ser fundamental para entender que aquele registro fez parte de sua história e deve ficar ali, recordando algo que um dia foi bom.

No entanto, esse exercício de reflexão não terá o mesmo resultado para todos, visto que depende muito das particularidades de cada um. Então, se a escolha final for se livrar da tattoo, vá em frente!

Embora a máquina do tempo ainda não tenha sido inventada, existem recursos suficientes para resolver essa questão, que vão desde procedimentos estéticos para a remoção permanente da arte até mudar o desenho, ressignificando-o. Entenda mais!

Contornando o problema

Em 2015, Maria Antônia fez uma tatuagem em homenagem ao seu namorado da época, desenhando a letra inicial de seu nome "K". O desenho resistiu aos anos, mas o relacionamento não. Com o término consolidado e um novo amor, não fazia mais sentido permanecer com a lembrança no pulso.

Ao conversar com um tatuador, a paulistana decidiu refazer a arte, escrevendo a continuação de uma palavra. "Kindess", que significa "gentileza", é a nova escrita de Maria. "Eu já tinha vontade de fazer essa tatuagem para ser como um lembrete sobre ser gentil, então, no final tudo deu certo", comemora. 

Cobertura

Outra forma de lidar com desenhos que não agradam mais é cobrindo-os por outros traços. Dessa forma, a tatuagem inicial será coberta por uma nova arte que virá em cima dela. Esse método, chamado Cover Up, é usado também para encobrir cicatrizes e marcas. A alternativa é valida para quem não deseja enfrentar técnicas mais invasivas e/ou possua desenhos que não podem ser complementados. 

Portanto, caso você não queira optar pela remoção total e se submeter aos métodos estéticos, vale pensar em alternativas que mudem ou complementem o desenho, de modo a alterar o significado atrelado a ele.

Quando vale a pena fazer a remoção?

Com tantos avanços, tornou-se bem mais fácil, prático e pouco dolorido remover uma arte permanente do corpo. Para esclarecer as principais dúvidas sobre a técnica, conversamos com a dermatologista Letícia Bortolini. Confira!

Alto Astral: Como funciona o processo de remoção da tatuagem?

Letícia Bortolini: Através do laser Pico Ultra 300, uma tecnologia ultrarrápida, a cor, seja qual for, é fragmentada em pedaços muito pequenos, facilitando sua eliminação. O alvo do laser é apenas o pigmento, então o procedimento é mais suave e não tem tempo de recuperação, ou seja, o paciente pode voltar imediatamente às atividades normais. Até mesmo tatuagens pré-tratadas e de difícil remoção podem ser eliminadas.

AA: Como são as sessões?

LB: Cada sessão dura entre 10 e 20 minutos, dependendo da superfície a ser tratada e do tamanho da tatuagem. Desde a primeira já é possível notar algum resultado. Mas as tatuagens mais coloridas e maiores precisarão de mais sessões para garantir uma eliminação adequada. Geralmente, são feitas entre 6 e 10 consultas com intervalos mensais, porém, vale lembrar que cada caso apresentará um grau de dificuldade diferente, estipulando um prazo individual.

AA: O procedimento causa dor?

LB: Sim. Assim como para fazer a tatuagem, a técnica é dolorida, mas aplicamos anestesia injetável, a qual melhora o conforto do paciente.

AA: A remoção deixará alguma cicatriz?

LB: Não. É muito incomum que o paciente fique com uma cicatriz na região, a menos que ela já existisse antes da tatuagem. Nesses casos, entretanto, após o procedimento, aplicamos uma espessa camada de pomada cicatrizante na área tratada e o paciente deve seguir algumas recomendações, como: evitar saunas, piscina e banheiras; após 48 horas, a área pode ser molhada, mas não deve ser esfregada, sempre usando sabonete neutro. A preocupação mais importante é não expor a área ao sol e, após a cicatrização, usar sempre protetor solar na região para não manchar. 

Lembre-se que é fundamental conversar com um médico dermatologista antes de realizar qualquer intervenção para receber orientações corretas e evitar prejuízos à saúde!

Fonte: Letícia Bortolini, dermatologista e membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) e da Sociedade Brasileira de Cirurgia Dermatológica (SBCD).

Alto Astral
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