Dermatites de verão: os sintomas e como tratar cada caso
Dermatologista detalha cada uma das dermatites mais frequentes no verão, e ensina a forma mais adequada de lidar com cada caso
Para quem gosta do verão, há motivos de sobra para comemorar as altas temperaturas, mas existem pessoas que sentem na pele os efeitos do calor: as temidas dermatites e alergias comuns na estação.
Calor, suor, roupas abafadas e até uso de desodorantes e perfumes são gatilhos importantes nessa época do ano para o desenvolvimento de alguns tipos de dermatites e alergias. Como resultado, brotoejas, dermatite atópica, seborreica e de contato, além de urticária estão entre as manifestações cutâneas mais frequentes nesse período.
"Com o aumento da temperatura, é comum que ocorram lesões na pele provocadas por reações alérgicas, suor excessivo e até o uso de roupas abafadas. Em alguns casos, as condições manifestam-se por causas genéticas, mas se agravam no calor, mas uma parte considerável não tem explicação clínica", explica o médico dermatologista e professor Dr. Danilo S. Talarico. Abaixo, o especialista explica cada uma das condições:
Brotoejas
Com intensa relação com o calor, as brotoejas são, segundo o Dr. Danilo Talarico, causadas pelo suor abundante. "Com o acúmulo de suor e gordura, a excreção desses elementos fica prejudicada, o que causa pequenas erupções com o tom avermelhado na pele, deixando a região afetada bastante sensível", diz o especialista.
As miliárias, ou brotoejas, geralmente aparecem em crianças e bebês, causam coceiras e ardência. "É fundamental tratá-las seguindo a orientação médica, pois elas podem deixar marcas. Como recomendação, pedimos para evitar a exposição solar, produtos na pele, banhos muito quentes, além de usar roupas leves", explica o médico.
Para oferecer alívio à criança, o médico deve sugerir cremes adequados. "Também solicitamos evitar ingestão de doces e alimentos gordurosos, pois eles podem aumentar o calor interno e agravar a erupção cutânea", acrescenta o Dr. Danilo.
Dermatite atópica
Também comum no verão, a dermatite atópica ocorre por quedas no sistema imune e principalmente em momentos de mudança brusca de temperatura. A doença tem caráter genético e crônico, e é capaz de levar ao ressecamento da pele e ao surgimento de erupções com coceira e crostas. "Ambientes úmidos, com mofo, ácaros, pólen e excesso de calor e transpiração são alguns dos fatores de risco", diz o médico.
Por conta da coceira prolongada, a doença pode causar ferimentos, vermelhidão e inflamação da pele. "O tratamento consiste no controle da coceira, redução do processo inflamatório e também na prevenção desse tipo de intercorrência. O uso de hidratantes corporais é uma alternativa bastante útil, já que contribui para alívio do eczema. O uso de anti-histamínicos também ajuda a aliviar os sintomas da coceira", diz o dermatologista.
Dermatite de contato
Esse tipo de reação inflamatória da pele é provocado pela exposição a agentes alergênicos que causam irritação e alergia, geralmente com uso de materiais de limpeza. Como explica Danilo, existem dois tipos de dermatite de contato, a irritativa e a alérgica.
"No primeiro caso, trata-se de uma reação provocada pelo contato com substâncias ácidas ou alcalinas, comumente presentes em materiais de limpeza pesada e demais substâncias químicas. Por outro lado, a dermatite de contato alérgica caracteriza-se pela exposição prolongada a determinado produto ou substância", conta o médico.
Perfumes, sabonetes, maquiagens e até medicamentos tópicos podem estar entre os envolvidos. Sensação de ardência e coceira intensa são sintomas comuns. "Deve-se consultar o médico, que pode prescrever medicamentos orais, tópicos e injetáveis para controlar a inflamação", diz o profissional.
Urticária
Comuns no verão, essas lesões de pele em forma de placas coçam, deixam a região bem avermelhada e uma sensação de calor excessivo. Elas podem aparecer em qualquer região do corpo, durarem menos de 24 horas e aparecer de novo em outro lugar.
"A exposição ao sol e ao calor, contato com substâncias químicas e até infecções (bacterianas, fúngicas e virais) têm relação com o aparecimento dessa alergia, que deve ser tratada com o uso de antialérgicos e calmantes de uso local ou oral", diz o médico.
Dermatite seborreica
A popular 'caspa' também é capaz de aumentar no verão devido à exposição ao calor, que estimula a produção de oleosidade na pele e couro cabeludo. Preferencialmente, ocorre no couro cabeludo, mas pode se estender para a face, tórax, axilas, ouvidos e pelos pubianos.
"Quando o couro cabeludo, que é rico em glândulas sebáceas, recebe esse calor que provoca vasodilatação dos pequenos vasos da pele, além de eritema (vermelhidão), ocorre a produção rebote de óleo ou sebo na tentativa de proteger a região que recebeu este tipo de agressão", diz o Dr. Danilo.
"Na fisiopatologia da doença, destaca-se ainda a presença de fungo no couro cabeludo, o que provoca aumento do processo inflamatório e consequente piora dos quadros clínicos", acrescenta o médico. Shampoos, loções, além de medicamentos e probióticos orais são indicados para controlar a doença. "A doença não tem cura, mas tem controle. O ideal é procurar um médico", finaliza.