Sudeste em quase 40ºC? Entenda o que é aquecimento adiabático
Fenômeno atmosférico combinado a outros fatores meteorológicos explica os dias de calor extremo
Na última segunda-feira, 20, a região sudeste registrou oito das 10 maiores temperaturas do País, com destaque para 38,9°C em Niterói (RJ), 38,6°C em Alegre (ES) e 38,4°C em Cambuci e Silva Jardim (RJ). Segundo especialistas da Climatempo, o calor intenso resulta da combinação de três fatores principais: redução da nebulosidade, fortalecimento de um sistema de alta pressão atmosférica e o aquecimento adiabático.
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O aquecimento adiabático ocorre quando o ar é comprimido ao descer a superfície, elevando sua temperatura sem que haja troca de calor com o meio externo. Esse fenômeno é comum em regiões de alta pressão, onde o ar seco dificulta a formação de nuvens, permitindo que a radiação solar aqueça diretamente o solo.
A Climatempo também destaca a influência do sistema de alta pressão, que cria uma "tampa atmosférica" e impede o deslocamento do ar quente. Essa condição, somada à baixa cobertura de nuvens, intensificou o calor em estados como Rio de Janeiro, Espírito Santo, Minas Gerais e São Paulo.
O papel das mudanças climáticas
Eventos de calor extremo como o atual são agravados pelas mudanças climáticas globais, que aumentam a frequência e a severidade de fenômenos meteorológicos. Segundo um relatório do IPCC (Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas), o planeta já aqueceu cerca de 1,1°C desde a era pré-industrial, intensificando ondas de calor em regiões urbanizadas como o Sudeste brasileiro.
Em São Paulo, por exemplo, a temperatura média aumentou cerca de 2°C nos últimos 50 anos, segundo dados do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). As projeções indicam que, até 2050, o Estado pode enfrentar verões com temperaturas regulares entre 35°C e 40°C, se não houver redução significativa nas emissões de gases de efeito estufa.
Estudos também apontam que ondas de calor prolongadas impactam a qualidade do ar, a saúde pública e os recursos hídricos. Com o aumento do consumo de energia para refrigeração e a diminuição das chuvas, a situação torna-se um alerta para a necessidade de maior planejamento urbano e políticas climáticas eficazes.