Vai viajar no Carnaval? Veja os cuidados para quem tem varizes
Seja de carro ou de avião, pacientes com varizes que pretendem viajar no feriado prolongado devem tomar cuidado com a circulação
Além de todo o desconforto estético, as varizes podem se tornar um grave problema de saúde, causando uma série de complicações. Por isso, todo cuidado é pouco, especialmente quando se sabe que será preciso passar longas horas sentado. É o caso de viagens, por exemplo, seja de carro ou de avião.
Conforme a Dra. Camila Helena Oliveira, especialista em Cirurgia Vascular e Ecografia Vascular com Doppler, viagens de longa distância conferem um risco aumentado para trombose venosa. As taxas, segundo a médica, são maiores naqueles que viajam por períodos prolongados (por exemplo, acima de 4 horas).
"Possíveis fatores contribuintes durante viagens prolongadas podem incluir acúmulo de sangue nas veias devido à imobilidade e níveis elevados ou ativação de fatores de coagulação", diz a especialista. As causas para a trombose associada às viagens aéreas, no entanto, ainda não são claras.
Camila lembra que a presença de varizes é um fator de risco para o desenvolvimento de trombose. Isso porque, nas veias varicosas, as válvulas que normalmente impedem o refluxo do sangue enfraquecem, causando um acúmulo de sangue nas veias. Isso pode levar à formação de coágulos, que correm o risco de se desprender da parede das artérias, causando uma embolia pulmonar, o que pode ser fatal.
Cuidados para quem tem varizes e vai viajar
A especialista em cirurgia vascular aponta quais medidas podem reduzir os danos para quem tem varizes e fará longas viagens no feriado do Carnaval. Confira:
- Fazer pausas para caminhar a cada uma a duas horas;
- Flexão e extensão frequentes dos tornozelos (alongamento dos músculos da panturrilha) e joelhos (alongamento dos músculos da coxa);
- Usar roupas largas e confortáveis.
- Manter-se hidratado(a).
Além disso, Camila recomenda evitar medicamentos (por exemplo, sedativos, pílulas para dormir) ou álcool, pois eles podem prejudicar a capacidade de se levantar e se movimentar. O álcool também pode contribuir para desidratação, que aumenta o risco de trombose.
A médica ainda indica o uso de meias compressivas. "O uso de meias de compressão graduada abaixo do joelho adequadamente ajustada em voos com duração de pelo menos quatro horas, reduz as taxas de trombose venosa e edema de membros inferiores", diz.
Isso porque as meias compressivas aplicam uma pressão graduada nas pernas, sendo mais firme no tornozelo e diminuindo gradualmente em direção à coxa. "Isso auxilia no retorno venoso, impedindo o acúmulo de sangue nas veias e reduzindo o inchaço", acrescenta a profissional.
Outra maneira de prevenir trombose, conforme Camila, é com o uso de medicamentos anticoagulantes, que ajudam a prevenir a formação de coágulos sanguíneos. Contudo, não são indicados de rotina, sendo seu uso preferencial em viajantes com risco alto para desenvolvimento de trombose (por exemplo, história prévia de trombose e múltiplos fatores de risco).
"Deve sempre ser prescrita sob orientação médica considerando-se que os benefícios da prevenção de trombose superam os riscos de sangramento ou outro evento adverso", alerta a especialista.
Incentivo para maior qualidade de vida
Camila destaca que, apesar das varizes aumentarem o risco de trombose em viagens longas, essa condição pode ser tratada com métodos modernos e minimamente invasivos, muitos dos quais não exigem repouso prolongado.
"Se você enfrenta varizes e é um viajante frequente, é aconselhável buscar um cirurgião vascular para discutir opções de tratamento. Reduzir as varizes não só melhora a qualidade de vida, mas também minimiza o risco de complicações como trombose durante deslocamentos prolongados", finaliza a médica.