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‘Acho muito tranquilo viver aqui’, revela moradora do Morro do Alemão

Residentes do complexo falam que apesar de violência região é boa para se morar e que gostariam que sociedade e forças os vissem diferente

24 jan 2025 - 15h53
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Foto: Reprodução/X/@cpxdoalemaocv

Recentemente, em 15 de janeiro de 2025, as forças de segurança do Rio de Janeiro realizaram uma operação no Complexo do Alemão com o objetivo de desarticular o núcleo financeiro da facção criminosa Comando Vermelho. A ação resultou na prisão de 13 pessoas e na morte de três suspeitos em confrontos. Além disso, quatro indivíduos ficaram feridos, incluindo um policial do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope). 

Esse cenário de guerra não é novidade no complexo, e, apesar das dificuldades, os moradores da região advogam para que sua casa apareça nos jornais de outras formas. “Complexo do Alemão não é só tiros. Temos muitos talentos, jovens bons de bola, querendo oportunidades. Somos mais que dia de operação”, afirma um morador que pediu para não ter o nome divulgado. 

O Terra ouviu alguns residentes locais --todos por motivos de segurança não quiseram divulgar as identidades--, e os apelos são os mesmos: “Sim, sofremos com ‘esculachos dos policiais’, que tratam a gente mal independente de qualquer coisa, mas talvez se mostrarmos que somos mais que violência as coisas melhorem um pouco.”

Aos 26 anos, uma dona de casa mora com seus dois filhos e tem o Bolsa Família como única fonte de renda. "Viver no Complexo do Alemão eu acho muito tranquilo", afirmou, destacando que, mesmo com a violência ocasional, sente-se segura em sua comunidade.

Para ela, os problemas estruturais são os principais entraves. “Os maiores desafios são o saneamento básico que não temos, os lixos espalhados no meio da rua, valões poluídos, ratos”, explicou. Além disso, criticou a maneira como a mídia retrata as favelas: "Eu acho que a mídia não mostra a realidade de dentro da favela como aqui. Aqui tem violência, mas também tem muitas qualidades". Entre essas qualidades, ela destacou o acesso a serviços básicos, como transporte, saúde e educação, que, segundo ela, funcionam bem no local.

O impacto das operações policiais na rotina dos moradores é algo que não dá para ignorar. "Afeta nós trabalhadores, afeta as crianças indo e vindo da escola", lamentou. Ela criticou as ações ostensivas das forças de segurança dentro da comunidade: "Eles entram dentro da favela pra esculachar o morador, entram dentro de casa de morador". Mesmo assim, mantém uma visão otimista sobre o potencial do local.

Quanto às melhorias necessárias, a moradora pediu atenção do poder público. “Gostaria que arrumasse mais praças pras crianças terem acesso, queria mais saneamento básico e que as ruas e vielas fossem melhoradas porque são cheias de buracos”, disse. Ela também destacou que há casas em risco e que seria fundamental o governo investir mais em obras de infraestrutura dentro das favelas.

Mesmo enfrentando dificuldades, ela elogiou iniciativas como a Vila Olímpica e o Educap, que oferecem atividades esportivas e projetos educativos para a comunidade. “Aqui tem lutas”, afirmou, reforçando o orgulho de viver na região. 

Fonte: Redação Terra
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