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Conheça Mestre Zuza de Tracunhaém, artista do barro de PE

Ele vai participar da 24ª Fenearte, em Olinda (PE), considerada a maior feira de artesanato da América Latina

3 jul 2024 - 09h27
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Resumo
Mestre Zuza, da cidade de Tracunhaém, interior de Pernambuco, celebra sua 24ª participação na Feira Nacional de Negócios do Artesanato (Fenearte). A programação será realizada entre os dias 03 e 14 de julho, no Centro de Convenções de Pernambuco, em Olinda. Mestre Zuza vem de uma família na qual pai e mãe foram artesãos, além dos seus onze irmãos.
Mestre Zuza faz santos e outras peças de barro, mas também esculturas. “Criar peças autorais e diversificar a produção”
Mestre Zuza faz santos e outras peças de barro, mas também esculturas. “Criar peças autorais e diversificar a produção”
Foto: Salatiel Cícero

Se você nunca ouviu falar de Mestre Zuza, seu nome de batismo é José Edvaldo Batista, tem 65 anos e vive na cidade de Tracunhaém, interior de Pernambuco. A tradição familiar artesanal tem o dobro de sua idade, 120 anos – pai e mãe foram artesãos, além dos seus onze irmãos.

Neste mês de julho, Mestre Zuza e suas incríveis criações de barro estarão na Feira Nacional de Negócios do Artesanato (Fenearte), considerada a maior do gênero na América Latina, realizada em Pernambuco, Olinda.

Zuza continua a encantar o público com suas peças únicas que retratam a ancestralidade e cultura nordestina. Este ano, ele vai ocupar mais uma vez seu espaço na Alameda dos Mestres, com uma coleção especial de santos de barro.  O artista espera, claro, aumentar as vendas de suas peças. 

A produção para a feira começou em janeiro deste ano. O processo de fabricação das peças acontece em um espaço montado no quintal de casa, onde o Mestre Zuza molda cada detalhe com muito amor e dedicação.

Trabalho à mão moldando o barro

“A argila é retirada bruta das jazidas em torrões. Em seguida, ela é molhada, e na medida que vai amolecendo, cortamos esse barro com uma enxada por dois ou três dias. Depois esse barro é pisado com os pés, retiradas todas as pedras e impurezas, até ficar macio”, explica o mestre.

As peças prontas são levadas a um forno a lenha, em temperatura acima de 900 graus, que é medida sem equipamentos
As peças prontas são levadas a um forno a lenha, em temperatura acima de 900 graus, que é medida sem equipamentos
Foto: Salatiel Cícero

“Após isso, eu levo para uma mesa de madeira onde é feito um segundo processo, de retirar pedrinhas menores. E tudo isso à mão. Feita essa parte, o barro está pronto para ser modelado e transformado em arte”, detalha. 

À medida que cada peça vai ficando pronta, elas são levadas a um forno a lenha, em uma temperatura acima de 900 graus. “A medição da temperatura é feita a olho nu. Um processo totalmente analógico e ancestral. Depois de queimadas, as peças passam por uma fase de acabamento, que inclui pintura, lixamento e, por fim, são selecionadas e colocadas à venda”. 

Mestre Zuza não faz só santos

Além de modelar santos, Mestre Zuza trabalha com uma variedade de estilos de obras. “Sim, eu trabalho com a arte sacra, o lúdico, decorativo e o utilitário. Eu sou um artista que faço de tudo. Uma das obras mais valiosas da minha coleção são as esculturas que eu faço desde a década de 1980. Essa foi uma das maneiras que encontrei para criar uma peça autoral e diversificar minha produção”, conta.

A variedade de santos atende as crenças dos clientes, devotos de São Francisco, Santa Clara, Nossa Senhora da Conceição e Aparecida
A variedade de santos atende as crenças dos clientes, devotos de São Francisco, Santa Clara, Nossa Senhora da Conceição e Aparecida
Foto: Salatiel Cícero

Mestre Zuza percebeu que cada cliente tem um pedido diferente baseado na sua crença. “Uns são devotos de São Francisco, outros de Santa Clara e muitos de Nossa Senhora da Conceição e Aparecida. E essa mistura de pedidos, por exemplo, é o que me dá inspiração e sensibilidade para criar a minha própria arte”.

Fonte: Visão do Corre
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