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No camarote do Carnaval do RJ, mulheres se realizam customizando fantasias

Elas não atuavam na área de moda, nem pensavam nisso. Suas vidas mudaram após curso de qualificação e trabalho no Carnaval

21 fev 2025 - 09h33
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Resumo
Durante o carnaval do Rio de Janeiro, frequentadoras de camarotes ganham um kit padronizado, que querem deixar com estilo próprio. Aí entram as mulheres que customizam as peças, realizando a fantasia das clientes e o desejo delas próprias.
Fabi Santos (de amarelo) durante curso de customização. Trabalho nos camarotes é procurado, elogiado e satisfatório.
Fabi Santos (de amarelo) durante curso de customização. Trabalho nos camarotes é procurado, elogiado e satisfatório.
Foto: Divulgação Favela Mundo

Esta é a história de três mulheres que mudaram o rumo de suas carreiras e vidas customizando roupas no Carnaval do Rio de Janeiro. “A maioria são chefes de família, oriundas do Complexo do Alemão, Maré, Serrinha, Juramento”, descreve Renata Reluz.

Conhecedora da indústria carnavalesca, ela está à frente do curso de customização da ong Favela Mundo, por onde passaram as personagens desta reportagem. Cerca de 20 delas trabalham há três edições no Carnaval do Rio de Janeiro.

Neste ano, estarão no Camarote da Mangueira, na Marquês de Sapucaí, chiquérrimo. Recebem cerca de R$ 2.000,00 pelo trabalho customizando, sobretudo, as camisetas do kit padronizado do camarote.

“A gente transforma tudo: camiseta, cropped, vestido, saia, top e customiza com pedrarias, franjas, paetê, de acordo com o gosto do cliente, tudo rápido, na hora”, descreve Fabi Santos 39 anos, moradora do bairro Cosmorama, em Mesquita, Baixada Fluminense.

A customização precisa ser feita rapidamente, entre dez e quinze minutos. Clientes têm pressa para cair na folia.
A customização precisa ser feita rapidamente, entre dez e quinze minutos. Clientes têm pressa para cair na folia.
Foto: Divulgação Favela Mundo

O caminho de Lu Canuto não era a Pedagogia

Luciana Canuto, 35 anos, cria da Vila do João, no Complexo da Maré, é mãe-solo e mora de aluguel com a filha de 15 anos. Sustenta a família com seu trabalho de design de sobrancelhas e se apaixonou pela customização.

Fez faculdade de Pedagogia, mas “não me reconheci na área, não gostei, não era o que eu queria”. O trabalho no camarote do Carnaval elevou sua autoestima. “Vi que meu trabalho não é uma besteira, ele é valorizado no lugar certo. Isso me ajudou muito, pessoal e profissionalmente”.

Sua função era fazer os cortes nas peças. Quem pega a camiseta “quer que tire a manga, a barra, que vire um top. Tem muita gente que quer colocar uma franja, pedrinha, encher de brilho. Meu trabalho tem que ser em menos de dez minutos”.

Lu Canuto, formada em Pedagogia, descobriu que sua área era outra. Customização deu outro caminho profissional e pessoal.
Lu Canuto, formada em Pedagogia, descobriu que sua área era outra. Customização deu outro caminho profissional e pessoal.
Foto: Divulgação Favela Mundo

Fabi Santos, satisfeita por usar a criatividade

Nascida em Duque de Caxias, filha de uma doméstica e de um eletricista, Fabi Santos, 39 anos, é casada, tem um filho e trabalha como vendedora. Cursou ensino médio em escola pública e fez o curso de customização em 2022.

No ano seguinte, trabalhou customizando peças e adereços nos camarotes do Carnaval. “As pessoas ficam bastante satisfeitas, chegam com uma simples camisa e saem com um cropped, um vestido, tudo feito na hora, na presença delas”.

Além de criativo, o trabalho tem que ser rápido. “Entre quinze e vinte minutos. É um trabalho que a gente exerce nossas habilidades manuais e técnicas. Permite usar nossa criatividade de acordo com o que o cliente deseja. Trabalho com o que amo”, declara.

Fabi Santos (de amarelo) e Gisele Lyra (ao lado) fazem customização nos camarotes do Carnaval carioca. Renda extra e autoestima.
Fabi Santos (de amarelo) e Gisele Lyra (ao lado) fazem customização nos camarotes do Carnaval carioca. Renda extra e autoestima.
Foto: Divulgação Favela Mundo

Gisele largou a Biologia e mergulhou no mundo do Carnaval

Gisele Lyra, 31 anos, é de São Gonçalo. Aluna de escola pública, foi cotista e se formou em Biologia. Estava no mestrado durante a pandemia de covid-19, quando decidiu procurar cursos para se distrair. Não pretendia mudar de profissão, mas aprendendo artesanato, fantasias e adereços, deu uma guinada.

“Vi que queria entrar nessa área. Tranquei meu mestrado”. Fez mais cursos, ingressou na Viradouro como aderecista, foi campeã do Carnaval de 2024. Na customização, trabalhou no corte de peças. “Hoje a minha renda vem da escola de samba e de dar aulas no meio carnavalesco. Eu nunca tinha exercido essa profissão, nunca tinha pensado em exercer”.

A mudança foi tão forte que ela começou uma nova faculdade, novamente como cotista. Está cursando Fantasia e Indumentária na Universidade Federal do Estado Rio de Janeiro (Unirio). “Comecei a fazer cenários e figurinos para teatro. Estou totalmente inserida neste meio”, comemora.

Fonte: Visão do Corre
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