Casa em favela de BH vence concurso internacional de arquitetura

A Casa no Pomar do Cafezal, também conhecida como Barraco do Kdu, localizada na Vila Cafezal, na região periférica do Centro-Sul de Belo Horizonte, MG, ganhou fama por concorrer na categoria Casa do Ano a um prêmio do projeto internacional de arquitetura ArchDaily. Recentemente, a boa notícia chegou: a residência conquistou o reconhecimento que merecia e levou primeiro lugar.

Kdu dos Anjos, proprietário da casa que leva seu nome, foi o responsável por confirmar a informação nesta última quarta-feira, 23, à mídia. Vale lembrar que ArchDaily, criado por dois arquitetos chilenos e sediado em Santiago do Chile, é nada menos que o site de arquitetura mais visitado do mundo.

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Casa no Pomar do Cafezal

O arquiteto Fernando Maculan em parceria com a companheira de profissão Joana Magalhães são os responsáveis pelo projeto da Casa no Pomar do Cafezal. O imóvel, construído com tijolos posicionados simetricamente na horizontal, possui 66 m². O Barraco do Kdu começou a ser construído em 2018 e ficou pronto em 2020.

Para o portal de notícias G1, Fernando Maculan cedeu uma entrevista. "A característica principal dessa casa é a de se diferenciar das outras, não pelos materiais ou pelo sistema construtivo, que basicamente são os mesmos, já muito comuns na favela, mas sim por um cuidado com questões ambientais, uma atenção para maneiras de ventilar a casa de forma natural, trazer a luz natural para todos os espaços", diz.

O coletivo Levante, que reúne arquitetos e engenheiros para a construção ou reforma de imóveis nas periferias, também esteve por trás do levantamento da casa.

Para Fernando Maculan, ganhar o prêmio significa impulsionar soluções arquitetônicas naturais para as casas localizadas não somente nas periferias de Belo Horizonte, mas de todo o país e, quem sabe, de todo o mundo.

"A gente vai criando algumas soluções que são muito simples, qualquer um pode fazer, mas que vão garantir uma melhor ventilação natural, permitir que o ar cruze pelos cômodos, que tenham por onde sair, escapar, mesmo em um espaço apertado e de divisas compartilhadas com os vizinhos, a iluminação natural muito farta. Tudo isso para um ambiente que seja mais saudável e mais gostoso de permanecer", finaliza.