Conheça a trajetória de Peterson Sidy, sucesso das dancinhas
Dançarino bomba com vídeos feitos em lajes de favelas, praças e locais populares do RJ, como centros comerciais
O dançarino, ator e cantor Peterson Sidy faz sucesso nas redes sociais com seus vídeos de dança, o passinho, um patrimônio da cultura suburbana carioca. Nesta entrevista ele conta sua trajetória, planos de carreira e fala sobre os parceiros de dança que aparecem nos vídeos.
Seu nome de batismo é Peterson Napoleão da Silva, o popularíssimo Peterson Sidy, cujos vídeos com a mãe nervosa e de dancinhas bombam. O sobrenome artístico foi dado pela galera do passinho, porque Peterson seria parecido com o personagem do filme A Era do Gelo, Sid. “Aí o apelido pegou”, diz.
Cria da Favela da Galinha, zona norte do Rio de Janeiro, tem 25 anos. “Hoje não moro mais lá, moro próximo, mas vivi a maior parte da minha infância na Galinha, que pode ser chamada de ovo da galinha”. Como assim?
“É uma favela muito pequena, com uma entrada e uma saída, mas que tem meu coração. Há muitos momentos de dança meus registrados nela”, relembra. Há dois anos ele mora com a mãe e o padrasto na Rua C, no pé do Complexo do Alemão.
Entre os vídeos recentes, o que mais bomba é de Sidy e sua galera dançando em uma laje na Rocinha. Em outros registros recentes de sucesso, eles aparecem no Largo da Carioca, vestidos de garis, e no centro de comércio popular Uruguaiana, ambos no centro do Rio de Janeiro.
Peterson Sidy conversou com o Visão do Corre e explicou, entre outras coisas, quem são os chegados que aparecem com ele nos vídeos. Falou até dos chinelos que fazem um efeito sonoro suplementar nas dancinhas.
Como começou a dançar?
Comecei em 2009 por influência da família. Era mascote do grupo de dança dos meus irmãos. Em 2013, comecei a curtir bailes com frequência, meu irmão me levava. Em 2015, apareci na cena do passinho, comecei minha trajetória de duelos em diversos bailes, em Manguinhos, Jacaré, Cidade de Deus, Chapadão, Cidade Alta, Parque União.
Quando venceu sua primeira batalha?
Em 2016, venci o Passinho de Ouro. Depois tive muitas batalhas em primeiro lugar e, por conta disso, fui consagrado em 2018 o Rei do Passinho.
Você também é ator e dançarino?
Em 2015, comecei estudar teatro, me apaixonei, fiz participação na Malhação 2018 fui contratado pela Globo pra Malhação de 2020, mas ela foi cancelada por conta da pandemia.
E a carreira de cantor?
Em 2018, comecei a cantar, mas não investi verdadeiramente como na dança, na televisão e no teatro. Porém, hoje em dia, estou mais empenhado em cantar.
Você obteve registro oficial de ator?
Sim, em 2022. Me formei no mesmo ano e fui convidado para uma companhia de dança contemporânea com passinho. Comecei minhas viagens pra Europa. Minha maior renda é a dança e a internet, mas estou buscando pra conseguir coisas grandes na televisão e na música.
Na internet, seus vídeos estouraram quando?
Eu sempre estive na internet, porém sem repercussões, levava somente o passinho para minhas redes sociais, até que em 2020, na pandemia, comecei com vídeos da minha mãe e estourei.
Quem são as pessoas que aparecem com você nos vídeos?
São Os Quebradeiras, um grupo de dança que também canta. Um é da Rocinha e os outros são de Niterói.
Pode explicar o motivo de usarem chinelos?
É porque muitas pessoas acham que é impossível dançar de chinelo e nós mostramos que não. Esse chinelo é uma marca periférica, de favela, um chinelo da rapaziada dos morros. Muitos dançarinos iam com ele pros bailes. E tem a questão estética, né?
Com qual tipo de celular você faz as gravações?
Fui roubado duas vezes, dois celulares que eu estava pagando. Mas, com meu trabalho, consegui comprar um iPhone 15.