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Ativistas de 12 países fazem formação em favelas do litoral paulista

Lideranças comunitárias do Brasil e do exterior realizam um mês de imersão, discutindo propostas e realizando ações

17 jul 2024 - 05h00
(atualizado às 07h43)
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Resumo
A formação teórica e prática acontece em duas comunidades da Baixada Santista, o Jardim São Manoel, em Santos, e Sítio Conceiçãozinha, no Guarujá. Reunidos em alojamento, participantes mantêm encontros com personalidades como o escritor e pesquisador Kaká Werá. Em campo, discutem sonhos e soluções para os territórios, realizando mutirões. Eles acontecem nos finais de semana de julho, abertos à comunidade.
Ativistas vão às comunidades da Baixada Santista e, da interação com moradores, surgem propostas de intervenção
Ativistas vão às comunidades da Baixada Santista e, da interação com moradores, surgem propostas de intervenção
Foto: Estúdio Barbarella

Quando visitou o Sítio Conceiçãozinha, comunidade do Guarujá, no litoral paulista, a ativista Sara Rodrigues Lima, do Pará, sentiu um aperto no coração ao conhecer um pescador com dificuldades para regularizar seu cadastro de pesca. Sara, também pescadora, imediatamente percebeu as semelhanças.

A vida nas favelas da Baixada Santista é tão precária quanto nas palafitas. Além da exclusão social, a destruição da natureza acontece na região do Xingu e no Guarujá. Há grandes empreendimentos, ambientalmente preocupantes, como mineradoras, na floresta, e portos, no litoral.

A ativista Sara está tendo essas percepções ao participar do programa Guerreiros sem Armas, que há 25 anos forma lideranças comunitárias internacionais, iniciativa do Instituto Elos, de Santos.

Neste mês de julho, 45 ativistas de quatro continentes e sete estados brasileiros debatem problemas e realizam mutirões. Eles acontecem no Jardim São Manoel, em Santos, e no Sítio Conceiçãozinha, no Guarujá.

Ativistas de diferentes lugares do Brasil e do mundo enfrentam problemas comuns, como os ambientais
Ativistas de diferentes lugares do Brasil e do mundo enfrentam problemas comuns, como os ambientais
Foto: Estúdio Barbarella

Encontro de gerações de mulheres ativistas

“A gente está falando de pessoas que querem transformar o mundo em doze países, reunidas durante um mês para aprimorar e ressignificar seus saberes”, resume Marina de Lima Schmitt, de 27 anos, do bairro Bom Jesus, em Porto Alegre, periferia da zona leste.

A ativista gaúcha se espantou com a coincidência de ter encontrado, no Sítio Conceiçãozinha, a terceira geração de mulheres cuidando da Escola Tia Nice, fundada há décadas.

Marina também é da terceira geração de ativistas da família. Sua avó fundou o Centro de Educação Ambiental (CEA), na capital gaúcha, onde ela e a mãe atuam. “Está abrindo um oásis na minha cabeça”.

Mulheres são protagonistas. Troca de experiências e ações conjuntas caracterizam a formação
Mulheres são protagonistas. Troca de experiências e ações conjuntas caracterizam a formação
Foto: Estúdio Barbarella

Comunidades querem horta e teatro

Em Santos, a imersão dos Guerreiros sem Armas é no Jardim São Manoel, conhecido pela luta por moradia, com cerca de quatro mil moradores. No Guarujá, a ação acontece no Sítio Conceiçãozinha, comunidade com 6 mil habitantes, vizinha do Porto de Santos.

O princípio da imersão nas comunidades é o diálogo com a população. As propostas começam a ser materializadas em maquetes. O Jardim São Manoel quer ampliar o espaço da associação de moradores para fazer funcionar biblioteca, cursinho pré-vestibular, ginástica para idosos e teatro.

No Sítio Conceiçãozinha, decidiram incrementar a Praça dos Sonhos. Imaginaram parquinho, horta comunitária, jardim, feira, projeto de reciclagem e ações culturais de hip hop, que já aglutina a juventude da região.

A construção de maquetes é um momento decisivo do processo. Projeções dos sonhos começam a se materializar
A construção de maquetes é um momento decisivo do processo. Projeções dos sonhos começam a se materializar
Foto: Estúdio Barbarella

Projeto prevê continuidade das ações

A formação dos Guerreiros sem Armas vai até o final de julho. As comunidades devem continuar recebendo acompanhamento. Os participantes serão estimulados a desenvolverem projetos próprios quando voltarem para suas cidades.

Sara sabe o que vai levar para o Pará. “A energia do povo de Conceiçãozinha, a garra em lutar, tirar o lixo, insistir na permanência”. O sentimento de pertencimento é o mesmo da região do Xingu. “Foi um encontro de dois mundos parecidos, em contextos diferentes”.

Quando voltarem do litoral paulista, ativistas devem propor projetos, e as comunidades, dar sequência às intervenções
Quando voltarem do litoral paulista, ativistas devem propor projetos, e as comunidades, dar sequência às intervenções
Foto: Estúdio Barbarella

A organização comunitária também será lembrança marcante para Marina, de Porto Alegre. “Os moradores enxergam com muita clareza o que querem, apontam de forma prática e direta. Eles querem, por exemplo, a comunidade asfaltada”.

Atualmente, 70% do território tem pavimento. A ativista gaúcha acredita que Conceiçãozinha é um exemplo de protagonismo de mulheres, crianças e jovens, além do empreendedorismo.

Fonte: Visão do Corre
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