Cria da favela se torna engenheiro mecânico e faz pós-graduação

Vitor Braga, de 29 anos, cresceu nos bairros de Costa Barros e Guadalupe, periferias do Rio de Janeiro. Superando as expectativas, traçou um caminho diferente de muitos jovens da região e, através da educação, conseguiu transformar sua vida se tornar engenheiro mecânico.

Com o sonho de trabalhar com desenho, Vitor ingressou na Fundação de Apoio à Escola Técnica (Faetec) no 1º ano do Ensino Médio, por incentivo da mãe, que queria ver o filho formado.

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O então aluno se apaixonou por desenho técnico, o que o motivou a se dedicar aos estudos e se formar no curso de Técnico em Eletromecânica da Escola Técnica Estadual Visconde de Mauá, na zona oeste.

“Minha infância foi difícil. Tinha tudo para dar errado e seguir o mesmo destino de alguns amigos que se perderam”, relata Vitor, que viveu em uma casa simples, feita de madeira, onde os dias de chuva traziam a constante insegurança de perder o único teto.

De jaleco azul, chamava a atenção na favela

Sempre com boas notas, o jovem encontrou no apoio dos professores e da mãe, entusiasta da educação, o incentivo para tentar um futuro melhor. 

“Minha mãe queria que eu fizesse o ensino médio profissionalizante, mas eu só pensava em ser desenhista. Ela insistiu tanto que fui tentar a prova da Faetec”. Passou.

“As pessoas na rua ficavam surpresas ao me ver saindo da favela com o jaleco azul da escola. E, para minha surpresa, a matéria que mais amei foi justamente desenho mecânico”, relembra.

Graças à excelente nota do Enem, Vitor ganhou uma bolsa de estudos integral em uma universidade particular e cursou Engenharia Mecânica.

O ex-aluno continua estudando e, atualmente, faz pós-graduação em Gestão de Projetos. Vitor revela um grande sonho: ser professor da Faetec, onde começou a consolidar seus sonhos.

Serviço:

A Faetec está com inscrições abertas até 17 de novembro, no site da instituição. São 190 vagas para o curso Técnico em Eletromecânica, para quem deseja cursar o Ensino Médio Integrado e para aqueles que já terminaram. As oportunidades são distribuídas entre as escolas técnicas Visconde Mauá, Helber Vignoli Muniz, Santa Cruz e João Barcelos Martins.