Escola da periferia de SP simula eleição como aula de democracia
Estudantes formam partidos, elaboram propostas, realizam debates e votam. Interesse eleitoral é despertado na prática
O 5º ano da Escola Estadual Professor Pedro Moreira Matos, no Jardim Lapenna, periferia da zona leste paulistana, está, literalmente, dando aulas de democracia. Estudantes compreendam o papel do eleitor e dos candidatos no cenário político.
Despertar o interesse pela participação democrática desde cedo e contribuir para a formação de cidadãos conscientes é a proposta do Programa de Iniciação à Democracia, realizado com alunos do 5º ano da Escola Estadual Professor Pedro Moreira Matos, no Jardim Lapenna, zona leste de São Paulo.
Em forma de oficinas, as crianças participam de todas as etapas do processo eleitoral: a formação de partidos, escolha de candidatos, realização de campanhas, até a votação e apuração dos votos. O objetivo é que estudantes compreendam de maneira prática o papel do eleitor e dos candidatos.
A simulação pedagógica foi idealizada por Felipe Briguente, de 18 anos, que mora em Minas Gerais, onde implementou essa atividade em diversas escolas públicas. “Além de ensinar sobre o processo eleitoral, o projeto busca estimular o debate sobre direitos e deveres e incentivar a educação para a cidadania”, diz Briguente.
O processo eleitoral começa em 03 de outubro, com a entrega oficial dos materiais de campanha e divulgação de propostas. No dia seguinte, acontece um debate entre candidatos mirins, como perguntas dos colegas. A eleição será no dia 10 de outubro, com diplomação em cerimônia realizada na escola.
Você conhece o Jardim Lapenna?
O Jardim Lapenna é um bairro da periferia situado na zona leste de São Paulo, no Distrito de São Miguel, entre a estação São Miguel Paulista e o antigo leito do Rio Tietê.
Embora o bairro tenha conquistado, por meio de lutas comunitárias, alguns equipamentos públicos, como UBS, creches e escolas, ele também enfrenta sérios problemas sociais e ambientais, incluindo enchentes e a falta de coleta de esgoto e acesso à água tratada.
Este rápido crescimento populacional, que saltou de pouco mais de 5 mil habitantes em 2000 (Censo IBGE) para cerca de 12 mil em 2017, de acordo com a estimativa da Unidade Básica de Saúde local, trouxe desafios significativos, especialmente para a população em situação de vulnerabilidade.
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