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Juventude Digital: como a educomunicação conecta caminhos

É um viés importante, principalmente dessa leitura crítica da mídia, diz mestre em educomunicação

30 set 2022 - 05h00
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Projeto Juventude Digital.
Projeto Juventude Digital.
Foto: Jadson Nascimento/ANF.

Aconteceu na quinta-feira (22), no Colégio Estadual Mestre Paulo dos Anjos, localizado no bairro da Paz, em Salvador, o primeiro seminário do projeto Juventude Digital – A Educomunicação Conectando Caminhos, ministrado pelo Mestre Everton Terra Nova.

No seminário, os alunos foram provocados a interagir com o palestrante que apresentava o tema “Juventude e novas tecnologias”. Também foram abordados assuntos como Fake News, as ferramentas utilizadas para disseminação de notícias falsas em época de eleição, bem como a importância de os jovens estarem atentos, principalmente no que compartilham pelo celular.

Para o Mestre em educação e tecnologia Everton Terra Nova, que já foi aluno educador e coordenador pedagógico da Cipó Comunicação – ONG de comunicação – e atualmente coordenador pedagógico na instituição Clara Amizade, no Bairro da paz, ofertando cursos para a comunidade, a ideia do Juventude Digital é muito enriquecedora.

“Pra mim esse projeto eu tinha que ter em todas as escolas, eu já vivi um projeto assim antes. Na época da Cipó, tínhamos algo parecido (Escola Interativa) só que essa formação era para os professores de escolas públicas. É um viés importante, principalmente dessa leitura crítica da mídia. Criar esse olhar do jovem entender como a mídia trabalha, como pode ser perversa.”, explicou Everton.

O Juventude Digital tem como proposta pavimentar caminhos pavimentar caminhos e criar espaços para as vozes dos jovens serem ouvidas, recodificando a presença da juventude negra no ambiente digital. Há muito a ser dito, novas paisagens para serem vistas. De dentro da comunidade.

Projeto Juventude Digital.
Projeto Juventude Digital.
Foto: Jadson Nascimento/ANF.

Em seu plano de execução, o projeto conta com objetivos que vão da instrumentalização da juventude negra para produção de contranarrativas colaborando para uma comunicação representativa e assertiva até a contribuição para a promoção de uma cidadania digital.

As atividades serão semanais, realizadas em duas turmas, cada uma com 15 jovens estudantes do ensino médio (a partir de 17 anos). Cada atividade será realizada em dois encontros, com duração total de 4 horas, por turma. 

A proposta é realizar quatro atividades formativas - Oficina de Leitura Digital, Oficina A Periferia é Central, Oficina de Produção de Vídeo por Celular e o seminário Educação Midiática e Combate às Fake News -, com a finalidade de instrumentalizar os jovens para o uso adequado e consciente das mídias digitais.

De caráter mais prática, a Oficina de Produção de Vídeo com Celular visa ensinar aos jovens como utilizar o celular para elaborar vídeos criativos, que estimulem a produção de conteúdo educativos e representativos.

Para o Gestor do Colégio Estadual Mestre Paulo dos Anjos, Fernando do Nascimento Lima, o Juventude Digital, vislumbra o processo grandioso que ativa a curiosidade dos jovens estudantes, além de ser um grande avanço para a sociedade, precisamente, onde a escola está inserida, no Bairro da Paz, local considerado marginalizado.

“Ficou legal e com uma perspectiva de retorno pedagógico e possivelmente até retorno financeiro na concepção rentável para eles, dependendo do envolvimento de todos se aprofundarem nesse processo. Eu acho que estamos no caminho correto diante da nossa realidade, já que os nossos jovens passam 24h com celular na mão em mãos de uma maneira bem aleatória, sem controle e sem orientação. Vamos aproveitar dessa ferramenta, dessa vontade e trabalhar com o que eles desejam”, ressalta o Gestor.

Fernando acredita que o projeto vai direcionar os alunos para uma nova realidade quanto ao uso da ferramenta e execução da atividade. “Vai proporcionar uma orientação em prol deles em benefício da sociedade também, com seus direitos, deveres e obrigações. Nesse sentido contribui muito no processo pedagógico, conta Fernando do Nascimento.

Para Tauana Silva (16), estudante do 2º ano do ensino médio e uma das alunas do projeto, é importante incluir os jovens, pois o que falta é informação.

“Normalmente os governos tem a forma de dizer que a gente é desinteressado, mas ao meu ver, os alunos e jovens têm muito interesse, entretanto o que falta é investimento nas escolas de rede pública principalmente por essa marginalização da gente. Eles não priorizam o nosso estudo. Um projeto como esse é importante porque vai abrir o nosso horizonte, abrir nossa mente. Eu já tinha esse contato com a fake News, mas agora eu vou ter mais contato ainda porque a fake news não está só em mensagem no WhatsApp mas em vídeos que podem ser passado pelo Instagram ou por outras plataformas”, conta Tauana Silva.

Foto: Everton Terra.

Juventude Digital – A Educomunicação Conectando Caminhos é um projeto que conta com apoio da Coordenadoria Ecumênica de Serviço (CESE), realização da Agência de Notícias das Favelas (ANF) e parcerias como Coletivo Resistência Preta, Sapho Comunicação Criativa, Renovação e Colégio Estadual Mestre Paulo dos Anjos.

Ao final das atividades, será produzida uma cartilha audiovisual sobre o uso adequado das mídias digitais, contribuindo para a divulgação e democratização dos direitos digitais.

ANF
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