Além de cultura, break precisa ser pensado como esporte
Dança de rua brasileira, reconhecida mundialmente, ainda busca atingir alto rendimento para chegar às Olimpíadas
Frustrando expectativas, o break brasileiro não conseguiu se classificar para as Olimpíadas de Paris 2024. A lição que fica é a necessidade de encarar a prática cultural como esportiva. É o que dizem os dois convidados do podcast Visão do Corre, o b-boy Pelezinho e a b-girl Thaisinha.
O break brasileiro não estará nas Olimpíadas de Paris 2024, mas não tem nada perdido. Segundo os dois convidados da segunda temporada do podcast Visão do Corre, mal começou o entendimento do break como esporte no Brasil.
Isso não excluirá o aspecto cultural da prática, pelo menos na opinião de Thais Cristina de Souza Melo, a b-girl Thaisinha, e Alex José Gomes Eduardo, o b-boy Pelezinho. Nem o Brasil, nem a América do Sul terá representantes olímpicos na modalidade.
Por aqui, houve problemas burocráticos, a pandemia, pouco tempo de preparação. Sem desmerecer quem cuida da burocracia, e, sobretudo, quem dança break, “se tivesse tido uma organização melhor, mais investimento, de fato, teria sido diferente”, diz Thaisinha.
Para Pelezinho, “alguns países se organizaram melhor, isso é fato”, e cita Japão, China, Canadá e Estados Unidos. O break brasileiro é respeitado mundialmente, e a necessidade de investir na modalidade como esporte olímpico de alto rendimento não anulará o aspecto cultural do hip hop, do qual faz parte.
“É uma coisa muito boa para a cena break”, acredita Pelezinho. Thaisinha concorda que haverá um impulso com as Olimpíadas. Os dois convidados explicaram ainda como se deu a organização dos atletas de break para os jogos olímpicos, começando pela associação internacional da modalidade.
Da conversa, fica o recado: é necessário pensar a longo prazo; começando por formar atletas na base; ter estrutura completa, que passa por equipamentos, nutricionistas, psicólogos; construir locais de treinamento. Não é sair das ruas, mas entrar em novos locais.