Script = https://s1.trrsf.com/update-1734630909/fe/zaz-ui-t360/_js/transition.min.js
PUBLICIDADE

Digão: o árbitro que impõe respeito na várzea

O Visão do Corre entrevistou com exclusividade o juiz que coloca ordem dentro das quatro linhas em partidas de campeonatos na periferia

10 abr 2023 - 05h00
Compartilhar
Exibir comentários
Digão já é conhecido na várzea e coloca ordem dentro das quatro linhas
Digão já é conhecido na várzea e coloca ordem dentro das quatro linhas
Foto: Reprodução/Instagram/@digao_djl_arbitragem

O juiz de futebol amador e dono de uma empresa de arbitragem de várzea Rodrigo Soliman dos Santos, 41 anos, mais conhecido como Digão, não demonstra intimidação ao chegar para apitar grandes jogos em bairros da periferia de São Paulo. Antes do início da partida, aquela conversa olho no olho, clara e objetiva, dita quem comandará o jogo dentro das quatro linhas. 

É assim que há pelo menos 7 anos impõe respeito ao apitar campeonatos na várzea em São Paulo. Dentro do campo, o árbitro se depara com jogadas ríspidas, jogadores catimbeiros, princípio de tumulto entre os atletas e muitos, muitos xingamentos da torcida. Mas são situações que ele domina facilmente. 

“Procuro sempre tratar os jogadores em campo com o máximo de respeito, e assim você acaba trazendo eles para o seu lado, com humildade e respeito e sem autoritarismo. Na várzea é bem difícil manter a disciplina dentro de campo, alguns jogadores são bem para frente, mas aí a gente se impõe e não deixa eles mandarem na partida. Com o tempo eles já vão conhecendo o nosso trabalho também e aí acabam respeitando mais”, comentou o árbitro com exclusividade ao Visão do Corre

Digão, como é conhecido nos gramados e terrões da várzea, começou a apitar em pequenos torneios da cidade, e acabou pegando gosto. Logo, fez cursos para se aperfeiçoar na arbitragem. Ele conta que tentou ser jogador, mas teve de mudar a sua rota devido a uma lesão. 

“Sempre fui do meio do futebol, tentei ser jogador, mas devido a duas hérnias de disco na lombar fiquei impossibilitado de jogar. Eu era goleiro. Para não ficar longe dos gramados comecei apitar”.

Atualmente, Rodrigo trabalha como bombeiro. Ele conta como é conciliar a sua função de árbitro na várzea com sua família e seu emprego. "Consigo conciliar. Confesso, há dias bem corridos e cansativos, mas no final é gratificante, pois faço as duas coisas que mais gosto na minha vida. Também tenho uma esposa que me apoia muito em tudo que faço, às vezes ela se aborrece um pouco, pois tem dias que fico o dia inteiro no campo, apitando de 3 a 4 ou até mais partidas, dependendo da rodada”. 

Hoje, com a repercussão dos seus vídeos, Rodrigo tem sido reconhecido nas ruas por seus seguidores. Algo inesperado para ele. “Confesso que não esperava essa repercussão. Até em alguns lugares que passo as pessoas comentam, param pra falar comigo. Sou bem reservado nessa questão, mas ser reconhecido pelo seu trabalho bem feito é muito satisfatório”. 

Todo esse sucesso tem rendido bons projetos para Digão. Ele tem recebido convites para apitar campeonatos de outros estados do país e também no interior de São Paulo. Além disso, ele vai estar com sua equipe de arbitragem, a DJL , apitando a etapa região da Taça das Favelas, no Alto do Tietê. 

“Meu maior sonho é que a paz se prevaleça na várzea e que as pessoas se respeitem mais. Tenho uma empresa de arbitragem e quero muito que ela cresça. Quero poder abrir mais oportunidades para outros árbitros, para que nossa profissão na várzea seja mais reconhecida”.

Fonte: Visão do Corre
Compartilhar
Publicidade
Seu Terra












Publicidade