Favela Tênis, no Rio, aproxima jovens de esporte elitizado
Projeto, do Morro do Alemão, tem como objetivo ensinar jovens através do tênis
Os esportes são conhecidos por aproximar pessoas e quebrar mazelas sociais, unindo diferentes classes sociais. Porém, tem esportes que são considerados mais elitizados e caros, impossibilitando muitas pessoas de praticá-los, como é o caso do tênis.
Mas esse empecilho não existe para o Favela Tênis & Cultura. Idealizado por Ruan Melo, o projeto tem sua base principal no Complexo do Alemão, zona norte do Rio de Janeiro. De acordo com Ruan, tudo começou com uns amigos batendo bola da Vila Olímpica do Alemão, e isso despertou o interesse de outras pessoas que os viam jogar, aumentando o grupo e surgindo o projeto.
O Favela Tênis tem como o objetivo democratizar o tênis, ensinando o esporte para jovens e adultos, aproximando-os da atividade esportiva, tão elitizada e pouco acessível às pessoas de favelas. Além disso, o projeto busca auxiliar na transformação da sociedade através do esporte. “O Favela Tênis é um projeto social, que vem dar acesso às pessoas para ter novas informações, conhecer mais lugares e mais gente”.
Ao todo, cerca de 60 alunos fazem parte do projeto, que tem fila de espera para os que desejam ingressar. Um dos motivos para que outras turmas não possam surgir é a falta de espaço, já que na Vila Olímpica há outras atividades além do tênis. O projeto atende diversos alunos de várias favelas, como Morro do Adeus, Favela da Grota, Alvorada, Pedra do Sapo, Morro do Alemão e etc. Segundo Ruan, o Favela Tênis busca, futuramente, entrar em outras favelas do Rio de Janeiro. Segundo ele, um dos desejos é que o projeto tenha um polo em cada favela carioca.
“Pretendemos, talvez esse ano, se tudo der certo, conseguir colocar o projeto dentro de outras favelas. O nosso objetivo final é termos o projeto Favela Tênis dentro de todas as comunidades do Rio de Janeiro, democratizando o esporte e fazendo com que mais pessoas tenham a prática dessa atividade”, enfatizou Ruan.
Na pandemia, o Favela Tênis & Cultura atuou na parte social, com a distribuição de cestas básicas aos alunos. Além disso, o projeto conseguiu, com parcerias, distribuir vales alimentação, prestar atendimento psicológico, além de projetos, com o tênis como destaque. Com o avanço da variante Ômicron e o aumento de casos da Influenza H3N2, o projeto teve que parar, pois a quadra onde as aulas aconteciam foi cedida à Secretaria de Saúde para ser um posto de atendimento às pessoas com sintomas.
“A questão toda é que a gente só pode retornar quando esse polo de apoio não for mais necessário. Aí a gente volta com as atividades. Infelizmente, com o avanço da Ômicron e da H3N2, não temos previsão de quando iremos retornar às atividades. A previsão é para o dia 13 de fevereiro, mas isso depende da situação sanitária”, disse Ruan.
O Favela Tênis & Cultura pretende conseguir sua própria sede, aumentando a quantidade de aulas e o número de alunos, que é limitado devido ao espaço em que atuam ser cedido por terceiros. Além disso, o projeto busca inserir os alunos em competições, formando futuros atletas. O Favela Tênis buscará parcerias com instituições de ensino para adquirir bolsas de estudo e bolsas de curso para alunos.
O projeto é formado por voluntários, então busca um suporte financeiro e ajuda das pessoas. Pouco a pouco vão surgindo empresas que acreditam e apoiam a iniciativa. De acordo com Ruan, um grande avanço atual foi conseguirem uniformes para este ano. “Depois de um ano a gente conseguiu a nossa tão sonhada camisa. Então, quando iniciarmos as aulas, em 2022, teremos uniforme”. Outras pessoas também ajudam com doações de tênis, materiais esportivos, etc.
Projetos como o Favela Tênis buscam inserir jovens na sociedade através do esporte, ensinando-os que barreiras sociais podem ser quebradas e todos podem ser vitoriosos em qualquer área da vida.
Siga o Favela Tênis nas redes sociais: https://www.instagram.com/favelatenis/