Há 20 anos, taekwondo transforma realidades em Recife
Há mais de duas décadas a iniciativa contribui para a transformação social da comunidade do Alto Santa Isabel
De origem coreana, taekwondo significa “a arte de usar os pés e as mãos na luta”. E foi esse esporte milenar que transformou a vida do professor Erivelte Pereira. “Nasci e fui criado no Alto Santa Isabel, me deparar com tantas limitações e não termos nenhuma atividade para as crianças e adolescentes no bairro, comecei então a dar aulas gratuitas”, disse ele.
A origem humilde não permitiu que Erivelte realizasse o primeiro sonho que era ser jogador de futebol. Os pais não puderam pagar a escolinha de base. Aos 11 anos, ele começou no taekwondo, onde viu a oportunidade de aprender a se defender e mais tarde, participar de competições. Com vários títulos regionais e nacionais, a trajetória de Erivelte nas artes marciais trouxe muitas outras vitórias além de medalhas e troféus.
“Consegui bolsa de curso técnico de Radiologia, fiz curso de graduação de Educação Física e, atualmente, estou no mestrado. Atribuo toda essa conquista a minha trajetória esportiva”, pontuou.
Com o objetivo de formar cidadãos através do esporte, o projeto Garimpando Diamantes é um projeto social idealizado pelo professor Erivelte, que há 22 anos, leva a prática do Taekwondo para crianças e jovens do Alto Santa Isabel, periferia da zona norte do Recife.
Mestre Cristiano Isídio da Silva é ex-aluno do projeto Garimpando Diamantes e idealizador de um outro projeto derivado dessa inspiração, o Artes Marciais - Resgatando Vidas: “Projetos sociais como esses são de grande relevância para a vida dos jovens de comunidades e eu sou fruto disso, meu primeiro contato com o esporte foi através de programas como o Escola Aberta - iniciativa que apoia a abertura, nos finais de semana, de escolas públicas de educação básica localizadas em territórios de vulnerabilidade social, promovendo atividades esportivas, pedagógicas e culturais para toda a comunidade".
O professor de educação física, Rodrigo Nascimento conheceu o projeto em 2002, inicialmente, praticando as aulas como aluno e com o passar do tempo se engajou ao propósito da iniciativa até virar instrutor. "O projeto mudou a minha vida. Pratico o esporte há 20 anos, hoje sou faixa preta e graças ao projeto realizei o sonho de ser professor e terminei a graduação de educação física, graças ao exemplo do professor Erivelte", afirma Rodrigo.