Jovens de favela do Rio mantém sonhos de jogar no Flamengo
Crianças e adolescentes de 10 a 17 anos fazem testes em times de futebol, além de ouvir palestras feitas por esses grandes clubes
O sonho de muitas crianças é se tornar um grande jogador de futebol quando crescer. E para alguns dos jovens da favela do Muquiço, localizada na zona norte do Rio de Janeiro, esse sonho passou a se tornar bem próximo de se realizar. Eles fizeram testes no Flamengo e no Mauá, time de São Paulo. 19 foram aprovados no time carioca e passaram para a segunda fase dos testes, e oito foram aprovados no time paulista.
A ação é feita pelo projeto Muquiço/Rios, que tem como objetivo dar oportunidade a garotos de 10 a 17 anos de se inserirem no mundo do futebol, através de uma metodologia similar a usada em grandes clubes do Rio de Janeiro.
"Convidamos profissionais dos grandes clubes para estarem aqui palestrando e ministrando aulas de futebol. Dessa forma, inserindo todo o vocabulário dos profissionais de futebol colocado dentro dos grandes clubes. Então nós convidamos esses profissionais para virem até aqui para que eles estejam fazendo esse transcultural com os meninos", disse Carlos Renato, que é um dos idealizadores do projeto.
Muitos jovens se realizaram com a aprovação nos testes, e um deles é o Pedro Sampaio, morador do Muquiço. "Eu faço parte do projeto já faz algum tempo, sempre que estou de férias ou sem clube eu treino aqui. No ano passado, disputei Campeonato Carioca da Série B1 pelo 7 de Abril. O campeonato acabou e retornei para treinar no projeto, quando veio a oportunidade do Mauá vir assistir nosso coletivo e eu fui escolhido. Fiquei feliz pela oportunidade e por ser uma competição muito visada", disse Pedro.
Para o time do Mauá, os jovens aprovados foram para o sub-20 e o time profissional. Já para o Flamengo, os jovens foram aprovados para uma segunda fase de testes, que ocorrerá entre os dias 14 e 21 de março. E na segunda semana do mesmo mês, a capacitação do time do Madureira vai até o projeto para fazer testes para os times sub-12 e sub-14.
Segundo Carlos, a visita dos clubes não só ajuda no desenvolvimento futebolístico do jovem, como auxilia também em outras escolhas que tenha que fazer na vida. "Quando alguém do clube grande vem aqui ministrar uma aula, isso traz um ânimo novo, uma expectativa nova e fortalece o garoto na disciplina e na vocação que ele acredita que tem, dessa forma ele vai sendo mais capacitado para dar o não nas outras propostas que ele acaba tendo", conta.
Ainda de acordo com o idealizador do projeto, as propostas que os jovens recusam quando começam a ter esperança são "relacionadas à gravidez precoce e à violência como tráfico de drogas, assaltos, a evasão escolar, e todas outras coisas que atingem esses garotos e que os afastam da escola, que muitas vezes acaba levando esses meninos pro sistema prisional, para o hospital quando atingido pela violência ou fatalmente pro cemitério".