Com tecnologia, trabalho de gari vai além da vassoura no RJ
Equipamentos facilitam o trabalho e dão dignidade à profissão, que se especializa. Dia do Gari é comemorado neste mês
O trabalho dos e das garis é cada vez mais especializado, realizando atividades que exigem formação, como técnicas de rapel, e utilização de equipamentos como as máquinas saneadoras, tratores de comunidade, varredeira compacta e embarcações. Mudanças dão dignidade ao trabalho e eficiência à limpeza.
A palavra “gari” remete à limpeza feita por homens com vassoura. Mas a tecnologia e as mulheres estão cada dia mais presentes na manutenção da limpeza em cidades como o Rio de Janeiro.
Nomes como Spider, Giro Zero, máquina saneadora de limpeza de praia, trator de comunidade, poda de arvorismo, desbastador, catamarã e varredeira compacta são alguns dos equipamentos usados na limpeza da cidade.
“Nosso trabalho é feito basicamente em escolas e comunidades para evitar acidentes com quedas de galhos, folhas secas e cocos. Uso trava-quedas, corda de segurança de apoio para perna e braço, óculos, luva, gancho. Vou escalando, subindo, de acordo com a necessidade", conta Adriano de Oliveira durante poda ao lado de uma escola municipal na Urca.
Especialista na técnica de arvorismo, o gari de 43 anos faz podas em altura, escalando árvores. O trabalho exige técnicas de rapel e escalada, sobretudo em comunidades, onde não é possível entrarem caminhões de poda. O rapel é usado também para descer encostas e retirar o lixo acumulado.
O que é um robô-roçador?
O robô roçador Spider funciona por bluetooth e pode ser manobrado por até 200 metros de distância. Adriano de Souza Gama opera a máquina há nove meses. “Só quando a área tem muitos obstáculos é que precisamos ficar mais próximos. O serviço é feito com muito mais qualidade de vida para o gari", diz o gari.
Outro equipamento é o Giro-Zero, que realiza o corte de mato com alta velocidade e produtividade. O gari Marcelo Arino Pereira opera o equipamento há três anos. “A mobilidade é excelente”, resume.
Na Lagoa Rodrigo de Freitas, uma embarcação tipo catamarã é a responsável por retirar os resíduos da água. Ela é conduzida por um marinheiro de formação, como determina a legislação, mas um gari atua no apoio a guarnição tem sempre no gari o apoio fundamental para a realização do serviço.
Mulheres no comando
São recolhidos resíduos flutuantes. O trabalho segue no calçadão, onde pode ser usada a varredeira compacta. Ela opera, preferencialmente, em ciclovias, calçadões e áreas externas de estádios de futebol, e conta com mulheres na operação.
Elas estão presentes também na condução de máquinas pesadas, como o trator de praia. Ana Caroline Martins há dois anos opera o equipamento, e enxerga a importância do trabalho desenvolvido por ela e seus colegas nas areias das praias.
“A máquina facilita o trabalho e alcança coisas que talvez não estejam à nossa vista, como pregos, pedaços de vidro e outros itens”, diz Ana Caroline, em homenagem aos colegas no Dia do Gari, comemorado no último 16 de maio.