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Identidade de Zé Gotinha é segredo mantido a sete chaves

Personagem só pode aparecer em público totalmente caracterizado. Há orientações rigorosas sobre a fantasia e o comportamento

23 nov 2024 - 13h40
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Resumo
No Dia D de Combate à Dengue e Demais Arboviroses, Zé Gotinha vai ao CEU Três Pontes, zona leste de São Paulo. Presença do personagem deve passar por avaliação e autorização da Coordenação de Promoções e Eventos do Ministério da Saúde. Há um manual indicando até a altura da pessoa que deve usar a fantasia.
Dia D de Combate à Dengue e Demais Arboviroses tem Zé Gotinha na zona leste de São Paulo, em CEUs e UBSs.
Dia D de Combate à Dengue e Demais Arboviroses tem Zé Gotinha na zona leste de São Paulo, em CEUs e UBSs.
Foto: Ricardo Stuckert/PR

Procure na memória ou na internet: você não vai achar nenhuma imagem oficial do Zé Gotinha descaracterizado. Não verá o rosto de quem usa a fantasia, nem outras partes do corpo, muito menos saberá a identidade real do personagem.

Apesar da vacina da poliomielite, que era em gotas, passar a ser injetável, Zé Gotinha continua como mascote oficial, mantido sob o mesmo sigilo pelo Ministério da Saúde (MS), desde que foi criado, em 1986.

“Não é divulgada a identidade da pessoa que interpreta o Zé Gotinha para manter a caracterização do personagem, mantendo a representatividade de cuidado com a saúde e carinho do público”, informa o MS.

Em Brasília, o personagem oficial é caracterizado por um colaborador da Coordenação de Promoção e Eventos do Ministério da Saúde. As gestões de saúde estaduais têm autonomia para confeccionar e utilizar fantasias do Zé Gotinha, seguindo as recomendações descritas no manual de uso.

O artista plástico Darlan Rosa: escultor, pintor, desenhista, professor e programador visual, criador do Zé Gotinha.
O artista plástico Darlan Rosa: escultor, pintor, desenhista, professor e programador visual, criador do Zé Gotinha.
Foto: Julia Prado/MS

Manual de Uso Zé Gotinha

Entre as diversas orientações oficiais, as regras mais importantes estão destacadas em negrito e maiúsculo no Manual de Uso, como esta: “O Zé Gotinha não pode ser visto por NINGUÉM (público) descaracterizado (sem a cabeça, sem luvas, macacão e sapatos)”.

Nos intervalos de descanso, Zé Gotinha deve permanecer em local fechado, sem acesso do público externo, para, só então, retirar a cabeça e se hidratar. O gestual também é orientado oficialmente.

Zé Gotinha deve acenar, fazer joia com o polegar, tirar fotos, sobretudo com crianças, fazer coraçãozinho e apontar para a vacina no braço. Terminado o trabalho, deve ser encaminhado, “totalmente vestido”, ao camarim ou vestiário e, só lá, retirar a fantasia.

Figurino deve ser de lycra com logotipo SUS; o capacete, anatômico; pés devem ser feitos com solado antiderrapante.
Figurino deve ser de lycra com logotipo SUS; o capacete, anatômico; pés devem ser feitos com solado antiderrapante.
Foto: Reprodução

O papel do auxiliar de Zé Gotinha

Entre as orientações de transporte, monitoramento e altura de quem vai usar a fantasia (1,60 m), a preferência deve ser dada ao funcionário público que tiver “experiência na atividade com personagens”.

A medida da seriedade pode ser percebida em passagens como “a participação do personagem Zé Gotinha deve seguir rigorosamente as orientações, a exemplo dos eventos do Gabinete da Ministra”.

Zé Gotinha na favela da Paz, em Salvador, em dia de sol forte. Para se hidratar, deve ir ao camarim sem ser visto.
Zé Gotinha na favela da Paz, em Salvador, em dia de sol forte. Para se hidratar, deve ir ao camarim sem ser visto.
Foto: Ivan Costa/ANF

O personagem se movimenta a passos lentos, acompanhado em locais de grande concentração de pessoas e solenidades. Sabe por que você nunca viu Zé Gotinha cair? Quem o acompanha deve estar atento a “possíveis esbarros que podem gerar queda”.

As fantasias são feitas por governos estaduais e prefeituras, seguindo as orientações de materiais, cores e medidas oficiais. Os layouts devem ser pré-aprovados pelo Ministério da Saúde.

Fonte: Visão do Corre
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