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No ritmo atual, titulação de quilombos levaria 2.708 anos

Isso significa chegar até o ano 4.732 para titular os territórios quilombolas com processos abertos no Incra

23 mai 2024 - 05h00
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Resumo
O risco à vida de lideranças quilombolas é um dos prejuízos trazidos pela falta de titulação, conforme mostra a pesquisa Racismo e Violência Contra Quilombos no Brasil, lançada pela Coordenação Nacional de Comunidades Negras Rurais Quilombolas (Conaq) e Terra de Direitos.
Ativistas na Jornada de Lutas dos Quilombolas do Brasil, realizada em maio de 2014
Ativistas na Jornada de Lutas dos Quilombolas do Brasil, realizada em maio de 2014
Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/AB

A organização Terra de Direitos estima que, no atual ritmo, serão necessários 2.708 anos para titular todo o território dos 1.857 quilombos com processos abertos no Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), órgão responsável por executar a política de titulação.

Para estimar esse número foi considerada a quantidade de territórios totalmente titulados pelo Incra e pela Secretaria de Patrimônio da União (SPU) desde a Constituição Federal de 1988, que reconheceu o direito quilombola ao território tradicional. Os dados analisados são do Incra, de maio de 2024.

Em 35 anos, apenas 24 quilombos receberam o título de toda sua área e outros 33, apenas parte, a chamada “titulação parcial”.

A estimativa não contabiliza processos de regularização fundiária quilombola de atribuição de estados e municípios ou de comunidades que não tiveram certificação da Fundação Palmares e, portanto, não deram entrada no processo administrativo no Incra. 

Sem titulação, quilombo é mais vulnerável

Festa em comemoração à titulação de parte do Quilombo Paiol de Telha, em Reserva do Iguaçu (PR), em 2019
Festa em comemoração à titulação de parte do Quilombo Paiol de Telha, em Reserva do Iguaçu (PR), em 2019
Foto: Franciele Petry Schramm

O risco à vida de lideranças quilombolas é um dos prejuízos trazidos pela falta de titulação, conforme mostra a pesquisa Racismo e Violência Contra Quilombos no Brasil, lançada pela Coordenação Nacional de Comunidades Negras Rurais Quilombolas (Conaq) e Terra de Direitos em 2023.

O estudo identificou que, dos assassinatos de quilombolas entre 2018 e 2022, 65% aconteceram em territórios não titulados – nos quilombos sem título, 70% dos assassinatos foram motivados por conflitos fundiários.

Primeiro – e único – quilombo titulado no Paraná, o território quilombola Invernada Paiol de Telha, em Reserva do Iguaçu (PR), recebeu até agora o título de apenas 39% da área que consta na portaria de reconhecimento assinada pelo Incra em 2014.

Fonte: Visão do Corre
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