ONU renova Década do Afrodescendente com pressão do Brasil
Organizações como Educafro pressionaram por renovação por considerarem que houve pouco resultado na primeira década
A 79ª Assembleia Geral das Nações Unidas adotou a resolução que proclama a Segunda Década Internacional para os Afrodescendentes, de 2025 a 2034, com o tema 'reconhecimento, justiça e desenvolvimento'.
A 79ª Assembleia Geral das Nações Unidas adotou nesta quarta-feira, 17 de dezembro, por consenso, a resolução que proclama a Segunda Década Internacional para os Afrodescendentes.
Será de 1º de janeiro de 2025 a 31 de dezembro de 2034, sob o tema “reconhecimento, justiça e desenvolvimento”. O Brasil apresentou o texto, junto a Colômbia, Costa Rica, Jamaica e Estados Unidos.
As décadas temáticas da Organização das Nações Unidas (ONU) direcionam esforços dos países membros em prol da resolução de alguma questão relevante para a humanidade, como a Década da Restauração dos Ecossistemas, de 2021.
Quanto à Década Internacional para os Afrodescendentes, “a gente fez muita pressão para que relançasse, mas agora com seriedade, investimento e compromisso, com cronograma e orçamento”, diz frei David dos Santos, da Educafro, uma das entidades brasileiras que pressionou para a renovação.
Desde antes do final da primeira década, houve pressão do Peru, Estados Unidos, países africanos, e do Brasil, cobrando ações efetivas. “A primeira foi um fracasso por vários motivos, principalmente falta de dinheiro”, diz frei David.
Entre as ações de entidades como a Educafro para renovação da Década Internacional para os Afrodescendentes está carta ao Papa Francisco, em 2020, e a demanda entregue em mãos, na sede da ONU, por Martha Suplicy, quando era senadora.