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Projeto de moda incentiva potencialidades de jovens na Bahia

Nossa estratégia tem ajudado jovens a se aceitar e reconhecer suas diferenças, fora dos padrões da moda comercial, diz Jonas Bueno

8 set 2022 - 18h26
(atualizado às 18h28)
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Focus Moda.
Focus Moda.
Foto: Acervo.

A cada ano, Salvador se revela ainda mais presente quando o assunto é oportunizar crianças, jovens e adolescentes, novas perspectivas de vida através daquilo que a torna uma das cidades mais queridas e acolhedoras do mundo, a cultura.

Salvador tem experiência em lançar projetos que são divisores de águas na vida de jovens oriundos de periferia, como o trabalho exercido com maestria pela Focus Moda Produções, que a 6 anos, trabalha na periferia com pessoas negras, colocando em prática toda sua estratégia de inclusão, protagonismo e autoestima por meio da moda, teatro, dança e música.

“Nossa estratégia tem ajudado inúmeros jovens a se aceitar e reconhecer suas diferenças, fora dos padrões da moda comercial. O grupo trabalha com pessoas diversas, em situações de alta vulnerabilidade social, como são as das periferias de Salvador. Por conta do incentivo direto do grupo (já que é uma condição para permanecer no mesmo) muitos jovens retomaram os estudos, muitos deles ingressaram na universidade”, afirma Jonas Bueno, que além coordenador do FMP, também é modelo, produtor, ator e Agente Cultural.

Mais de 1200 pessoas entre crianças e jovens já passaram pelas atividades do projeto, que teve seu início no Forte do Barbalho com atividades que despertavam corpo e mente por meio da moda, dança e artes cênicas. Em 2016 passou a funcionar no Centro Cultural Plataforma atendendo a 90 jovens e em 2017 passou a exercer suas atividades no Espaço Subúrbio 360, contando com 120 jovens.

“O objetivo de nosso projeto é qualificar e potencializar às pessoas para que possam desenvolver suas capacidades livres de preconceitos, num ambiente diferenciado, visando que se tornem pessoas com aptidões especiais para os desafios já seja no sistema de aprendizagem formal, no mercado do trabalho formal ou no empreendedorismo, na cidade de Salvador”, explica Jonas Bueno.

A Focus Moda Produções não visa apenas a moda, ela vai além do que o próprio nome diz, na estratégia da Focus outros pontos também são cruciais, como a qualificação integral que vai da autoestima, aceitação, respeito pelos direitos humanos até chegar no reconhecimento do potencial individual e coletivo dos seus integrantes.

Focus Moda.
Focus Moda.
Foto: Acervo.

Também são disponibilizadas, qualificações para o desenvolvimento integral para todos os integrantes: Cultura e diversidade, relações interpessoais, cultura negra entre outros. Para essas realizações, o grupo conta com parcerias como o Grupo de apoio à Prevenção AIDS, universidades e movimentos negros.

“As pessoas beneficiárias do projeto são em sua grande maioria jovens (entre 16 a 29 anos), também algumas de até 50 anos, advindas de bairros periféricos de Salvador. LGBTQIA+, majoritariamente negras, de baixa renda e com escolaridade variável.  O perfil de nosso projeto é de mostrar o "perfil real das pessoas" e não só de perfis comerciais. As principais vagas são disponibilizadas para o/a jovem negro/a LGBTQIA+ periférico de Salvador, que por falta de oportunidade muitas vezes sofre violência ou acaba se envolvendo no mundo da marginalidade e criminalidade”, ressalta o coordenador.

Atualmente no Centro histórico de Salvador, contando com 6 salas de grande porte e instalações, a Focus Moda enxerga um futuro promissor no reforço e incorporação permanente de parcerias institucionais.

O projeto também apoio aqueles que precisem emitir documentação da primeira e segunda via de Carteira de Trabalho, CPF e Creditação de Nascimento, cadastro no CadÚnico para receber benefícios sociais e retificação do gênero e nome social com acompanhamento da Defensoria Pública do Estado da Bahia.

“O legado do projeto é demostrar a importância de trabalhar com as pessoas de forma integral, incentivando suas potencialidades num ambiente livre de preconceitos. O Projeto pretende se converter num polo impulsionador de iniciativas para o público “diverso”, geralmente discriminado, como pessoas negras, LGBTQIA+, gordas ou com deficiências (já que nossa sede é estruturalmente acessível para todas as pessoas),” conclui Jonas Bueno, coordenador do projeto.

ANF
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