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Rocinha volta a ser a maior favela do Brasil, diz IBGE

Em levantamento anterior, a favela do Sol Nascente, em Brasília, aparecia como a maior. Dados atualizam Censo de 2022

8 nov 2024 - 10h00
(atualizado às 10h00)
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Resumo
Favela Rio das Pedras, no Rio de Janeiro, e Paraisópolis, em São Paulo, estão entre as quatro maiores. Existem 12.348 favelas no país, quase metade na região Sudeste. IBGE mapeou áreas não identificadas pelo Censo 2010.
A favela da Rocinha volta a ocupar o posto de maior do Brasil, tanto em número de moradores, quanto de residências.
A favela da Rocinha volta a ocupar o posto de maior do Brasil, tanto em número de moradores, quanto de residências.
Foto: Fernando Frazão/AB

A favela da Rocinha, no Rio de Janeiro, voltou a ser classificada como a maior do Brasil em número de habitantes e residências segundo dados do Censo de 2022 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

São 72.021 moradores e 30.371 domicílios na comunidade da zona sul da capital fluminense, cuja ocupação é centenária. A Rocinha é uma espécie de ícone pop das favelas brasileiras, entre as mais conhecidas no Brasil e no mundo.

Com número quase igual de homens e mulheres, a maioria dos moradores da Rocinha é de pretos e pardos. Eles somam 45.778 pessoas, o que equivale 63,57% dos moradores. A cor da pele tem explicação histórica.

Segundo Cleonice Lopes, pesquisadora e moradora da Rocinha, o local era rota de liberdade para escravos que fugiam para os quilombos do Sacopã e das Camélias.

Conforme apurou o Censo do IBGE, quase todas as residências estão ocupadas na favela da Rocinha, o que equivale a 30.371 propriedades particulares com gente morando.

Segunda e terceira maiores

Favela Sol Nascente, em Brasília, deixou de ser a maior do Brasil. É a segunda em quantidade de moradores.
Favela Sol Nascente, em Brasília, deixou de ser a maior do Brasil. É a segunda em quantidade de moradores.
Foto: Agência Brasília

Se a Rocinha, no Rio de Janeiro, tem mais moradores e domicílios do que qualquer outra favela brasileira, a Sol Nascente, em Brasília, é a segunda maior somente na quantidade de moradores, 70.908. Paraisópolis, na capital paulista, fica em terceiro, com 58.525 habitantes.

Em número de domicílios, a segunda maior favela do país é Rio das Pedras. Segundo o Censo do IBGE, há 23.846 residências na comunidade da zona oeste do Rio de Janeiro.

Considerando a quantidade de habitações, a Sol Nascente fica em terceiro e Paraisópolis, em quarto. Os números são praticamente iguais: 21.889 e 21.442 domicílios, respectivamente.

Favelas brasileiras são diversas

Favela de Paraisópolis, na zona sul de São Paulo, tem a terceira maior quantidade de habitantes do Brasil: 58.525.
Favela de Paraisópolis, na zona sul de São Paulo, tem a terceira maior quantidade de habitantes do Brasil: 58.525.
Foto: Rovena Rosa/AB

Nas 12.348 favelas brasileiras moram pouco mais de 16 milhões de pessoas. Praticamente metade delas está na região Sudeste, sobretudo em São Paulo e Rio de Janeiro – incluindo Recife, são as três cidades com maior número de favelas.

Elas estão espalhadas por 656 municípios e são diversas: consolidades e recentes; com moradias construídas pelos moradores e conjuntos habitacionais; têm construções de alvenaria, madeira, pau-a-pique.

Estão localizadas em morros, baixadas, alagados, vales, praias, dunas, manguezais e tem de dezenas e milhares de domicílios.

Semelhanças entre as favelas brasileiras

Favela Rio das Pedras, no Rio de Janeiro, é a segunda maior do país em número de domicílios, mais de 23 mil.
Favela Rio das Pedras, no Rio de Janeiro, é a segunda maior do país em número de domicílios, mais de 23 mil.
Foto: Fábio Costa

A maioria das favelas brasileiras está ao redor de grandes cidades. E não são enormes aglomerados de barracos cuja vista se perde no horizonte. Sete em cada dez não tem mais do que 500 domicílios. São pequenas.

Concentram-se na faixa litorânea do país e têm uma cor predominante: pardos e pretos representam 73%.

A religiosidade é generalizada, segundo comparação do IBGE em relação a quatro tipos de “estabelecimentos”: entre agropecuários, de ensino, saúde e religiosos, estes representam 81,3%.

Fonte: Visão do Corre
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