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Especismo: entenda o termo que motiva os veganos

O antiespecismo é o que dá base para sermos veganos, parar de comer animais e contribuir com a luta pelo fim da exploração animal.

27 dez 2022 - 16h47
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Foto: Vegano Periférico

Você já deve estar pensando ‘’que raio de palavra é esse, o que é isso?’’ Quando escutamos isso a primeira vez, falamos assim: ‘’mano, essa rapaziada viaja com esses termos, tá tirano.’’ Mas ao conhecer o significado, entender o conceito, nos fez entender que é algo muito importante e que não podia ser ignorado.

Muitas vezes palavras desconhecidas nos deixam confusos e desinteressados sobre diversos assuntos, é normal achar estranho. Mas no fundo nem é tão difícil assim, parece algo de complexa compreensão, mas só parece.

Não tínhamos escutado esse termo, até os nossos 21 anos de vida, até porque nascemos e crescemos em uma periferia, e vegetarianismo, veganismo ou especismo (muito menos) nunca foi pauta e talvez não conheceríamos até hoje caso não tivéssemos tanta vontade de aprender e conhecer o que existe além da nossa quebrada.

O especismo é um termo que foi criado por um psicólogo das gringa, chamado Richard D. Ryder. Ryder vai cunhar esse termo, após trabalhar em laboratórios de pesquisa animal, e perceber que os animais que estavam sendo usados para as pesquisas sofriam e reagiam como qualquer pessoa reagiria a tais situações, demonstrando sentir dor, incômodo e sofrimento. 

A partir dessa experiência em laboratório com animais, Ryder, além de se posicionar contra os testes em animais, criou esse termo e começou a divulgar folhetos com explicações e reflexões na Universidade de Oxford, no Reino Unido, em 1970.

O significado ao pé da letra: ‘’O especismo é uma forma de discriminação contra quem não pertence a espécie humana. Similar ao racismo, o sexismo e outros tipos de preconceito, o especismo se utiliza de argumentos sem base científica ou moral para validar a exploração e subjugamento de uma espécie sobre outra.’’

O que fazemos com os animais é inacreditável, terrível, desumano. Confinamos, caçamos, torturamos, usamos e exploramos diversas espécies de animais simplesmente por não fazerem parte da espécie humana. Nós humanos, nos entendemos como superiores e evoluídos ao ponto de considerar todas as demais espécies como meros objetos que são incapazes de sentir e sofrer.

Por isso nos apropriamos de seus pedaços e de sua existência sem o menor respeito. Exatamente por isso usamos os animais para os nossos desejos, consumimos, utilizamos em testes, os caçamos por diversão ou simplesmente vendemos as suas partes depois de um confinamento extremo que lhes causa sofrimento físico e psicológico. O especismo faz a gente não enxergar a importância dos animais, justamente porque estamos interessados no que podemos se beneficiar dessa relação completamente problemática.

Estudos recentes mostram que todos os mamíferos, aves e diversos animais marinhos são capazes de sentir absolutamente tudo o que nós humanos sentimos, mas sabe porque eles não têm o mesmo tratamento que nós? Simplesmente por pertencer a outra espécie.

Posto isso, é um dever nosso, é uma responsabilidade, é um assunto de extrema seriedade. Passou da hora de enxergarmos os animais como eles realmente são e não como achamos que deveriam ser.

Por fim, é importante demonstrar que o movimento antiespecista é o que dá base, o que sustenta o movimento vegano. A maior parte das pessoas que se tornam veganas fazem tendo em vista a exploração animal, e outras questões vão sendo agregadas, como a questão de uma alimentação mais saudável, meio ambiente, entre outras.

Vegano Periférico Leonardo e Eduardo dos Santos são irmãos gêmeos, nascidos e criados na periferia de Campinas, interior de São Paulo. São midiativistas da Vegano Periférico, um movimento e coletivo que começou como uma conta do Instagram em outubro de 2017. Atuam pelos direitos humanos e direitos animais por meio da luta inclusiva e acessível, e nos seus canais de comunicação abordam temas como autonomia alimentar, reforma agrária, justiça social e meio ambiente.
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