Família monta cafeteria no quintal com lanches em tamanho GG

Desde 2017, Renata Pereira Santos, 49, mantém no quintal da casa onde mora, em Ermelino Matarazzo, na zona leste de São Paulo, uma cafeteria para receber grupos de amigos e famílias. A decoração, feita com plantas, um pergolado e uma lareira, também conta com itens reciclados que dão um aspecto vintage e rústico ao ambiente.

O nome não poderia ser mais sugestivo: Café Quintal de Casa. Para ela, que trabalha ao lado do marido e do filho, a missão do espaço é "proporcionar a experiência de ser um aconchego no meio da correria".

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"Morei no quintal da minha vó. Ela cozinhava, fazia pão, fogueira no inverno, tudo aquilo que trazia para perto, para aconchegar. Quando a gente começou com o Café, a intenção era que as pessoas se sentissem em paz e tivessem um momento de tranquilidade aqui", explica Renata.

O cardápio conta com pão de mandioca (R$ 13), rosquinhas (R$ 22,50 com 18 unidades) e bolo de laranja (R$ 19 sem calda e R$ 24 com calda), além de baguetes, pão de queijo e quiche. Tudo em "tamanho GG", como a proprietária define. "Como se a pessoa estivesse na casa da vó mesmo", diz.

Para beber, os itens mais pedidos são o café tradicional (R$ 4), o suco de limão com gengibre (R$ 9 o copo de 350 ml) e o chocolate cremoso (R$ 10). A cafeteria também oferece os pratos em versões menores para quem estiver sozinho ou em dupla.

Segundo a empreendedora, que também cuida da preparação dos pratos, ter uma cafeteria sempre foi um sonho, mas a ideia só foi concretizada após ela perder o emprego como analista de sistemas em 2015. Na época, ela costumava levar as comidas que cozinhava para um grupo de oração, que se reúne semanalmente até hoje, e as pessoas se mostravam interessadas em comprá-las.

"Comecei vendendo bolos e quiches pelo WhatsApp, aí surgiu a oportunidade de fazer um curso de panificação com certificado. Neste meio-tempo, começamos a mexer aqui no quintal", conta Renata, que mora há 25 anos em Ermelino Matarazzo. Porém, durante duas décadas, o quintal da residência mal era aproveitado.

O marido dela, Sergio Aureliano dos Santos, 52, é marceneiro e o sogro era pedreiro. Com itens que estavam nos fundos da casa, os dois passaram a montar e a decorar o ambiente. Assim, com as madeiras que estavam no quintal, foi feito um pergolado. Uma porta encontrada na rua virou uma mesa. E um amontoado de tijolos se tornou um sofá.

"Sempre gostei de reciclagem e sustentabilidade. E a gente tinha muitos recursos no quintal que poderiam ser reaproveitados", diz Renata. "Quando eu paquerava um pergolado na internet, era sempre um valor caro, mas a gente tinha madeiras aqui. Então por que não usá-las?".

Renata trabalhava na área de T.I até 2015 e montou a cafeteria dois anos depois Decoração do Café foi feita com itens reaproveitados ou reciclados Espaço fica aos fundos da residência da família

O espaço foi montado aos poucos entre 2017 e 2020. Hoje, a cafeteria tem capacidade para receber 22 pessoas - ou 18 em dias de chuva, pelo fato de uma parte não ser coberta. Também é utilizada para ensaios fotográficos, festas de aniversários e festas de casamento.

Para Renata, o Quintal de Casa, além de ser um lugar que acolhe, também é uma opção de passeio gastronômico para os moradores do bairro.

"A gente tem o viés da valorização do território. Acredito que a zona leste tem potencial e que as pessoas podem ficar por aqui mesmo. Se ela quer um lugar rústico, ela tem aqui", enfatiza.