Não confunda pesca predatória com pesca de subsistência
Peixes sofrem assim como humanos e os demais animais terrestres, e como fica a pesca neste contexto?
Pescar aos olhos do movimento vegano é errado, causa dor, sofrimento e a morte de animais que não fizeram nada para merecer isso, e a maioria dos humanos hoje tem acesso a alimentos que substituem o consumo de peixes e animais marinhos.
A maioria da população mundial é majoritariamente urbana, nosso consumo de animais marinhos vem de grandes empresas, supermercados e está diretamente relacionado à indústria pesqueira mais devastadora e cruel possível.
Grandes empresas se beneficiam da pesca predatória, e uma prática comum dessa atividade, são as chamadas ''redes fantasmas'' que, a cada ano, capturam mais de 100 mil tartarugas, golfinhos, baleias, focas, tubarões, entre diversos outros animais descartados como lixo.
Além disso, no Brasil, 80% dos recursos pesqueiros são explorados além da sua capacidade natural de regeneração, ou seja, peixes e demais animais marinhos são capturados em uma taxa superior à que conseguem se reproduzir, levando assim a um desequilíbrio desastroso.
Pescar de forma predatória está destruindo os oceanos, causando dor, sofrimento e a morte de centenas de animais marinhos que sequer serão comercializados.
Considerando a exploração animal, e o sofrimento dos peixes, se tivermos alternativas no futuro, o mais justo é que essa atividade fique restrita a populações que dependem exclusivamente disso. Ou seja, populações que estão organizadas de uma maneira em que a pesca é fundamental para a sobrevivência da comunidade, grupo ou etnia.
Já ouvi pessoas muito bem informadas e instruídas dizer coisas como: ''não concordo muito com o veganismo, porque, como vou chegar para os povos indígenas e falar para eles pararem de consumir peixes?''. Querendo dizer que o movimento vegano em algum momento defende a ideia de mudar a alimentos dos povos originários.
E apesar de ser muito equivocada essa ideia, é um pensamento comum de muitos que desconhecem o veganismo, e principalmente o veganismo popular brasileiro.
É importante termos consciência de que a pesca pela subsistência e a pesca em pequena escala, se encontram em outra categoria. Não devem jamais ser colocados na mesma rede da pesca industrial.
Aproximadamente 10% da população mundial depende diretamente da pesca para sobreviver, ou seja, sem a pesca, 10% da população não conseguiria se manter viva. Portanto, o veganismo ao criticar o consumo de peixes e frutos do mar, deve ser contundente e direcionar toda sua crítica e boicote às gigantes da piscicultura, e não as comunidades que subsistem da pesca.
Condenar populações costeiras, ribeirinhas, indigenas, entre outros que dependem exclusivamente do consumo de peixes, é uma atitude racista e xenofóbica, que desconsidera e ignora completamente a realidade cultural daquele povo.
O veganismo popular brasileiro, antes de criticar ou apontar o dedo, considera e compreende uma série de questões, como contexto e cultura, para não agir de forma preconceituosa, elitista e racista.