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Por que o veganismo está crescendo tanto no Brasil e no mundo?

Já existem milhões de brasileiros que se consideram vegetarianos e veganos.

9 mar 2023 - 15h23
(atualizado às 15h33)
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Foto: CanvaPro

O movimento vegano vem crescendo no Brasil e no mundo, atualmente já conta com milhões de adeptos. Esse movimento vem se fortalecendo e levando sua mensagem aos quatro cantos do mundo, com uma proposta muito clara. 

Ser vegano significa ter um olhar para além do nosso próprio umbigo e enxergar que não estamos sozinhos neste mundo e que nossas atitudes impactam profundamente o meio ambiente e a vida de outros seres.

Antigamente o acesso à informação era muito limitado, e a maioria dos assuntos que ouvíamos era da nossa região ou assuntos televisionados que atendiam interesses de uma classe dominante. Atualmente o acesso à informação é muito mais democrático e acessível, afinal, todo mundo tem um celular na mão.

Todo processo de exploração que ocorre dentro das granjas, fazendas e abatedouros hoje são acessíveis, não tem como a indústria esconder o horror que é o confinamento, a tortura e o abate de animais.

Independente da nossa classe social, ler sobre veganismo e vegetarianismo na internet ficou mais fácil e isso possibilita fazermos escolhas mais conscientes e fundamentais.

Consideramos que o principal ponto no crescimento do veganismo, sobretudo no Brasil, é a informação, a internet. Temos diversos vídeos nas redes sociais, documentários disponíveis no YouTube como Terráqueos e 'Dominion', que são filmes que mostram a exploração animal de forma aprofundada, com imagens chocantes e reais.

Nesses documentários aparecem todos os animais usados pela indústria, o segmento que eles pertencem (como indústria da moda, alimentação e entretenimento).

Consumir animais, usar couro e apoiar rodeios e vaquejadas é um costume antigo e reforçado geração após geração. Se não temos informações para questionar isso, sempre iremos tratar ela como algo natural e irrefutável, o que não deve ser tratado dessa maneira.

Estamos adoecendo com essa alimentação (de origem animal – gordurosa), bilhões de animais estão sendo mortos e explorados ano após ano, milhares de funcionários são explorados diariamente em abatedouros e frigoríficos e o planeta está sendo destruído para comermos um pedaço de carne.

Além da exploração animal ser péssima aos animais diretamente, ela tem um impacto gigantesco no meio ambiente, gerando um tremendo impacto na fauna e na flora, destruindo vegetações e levando à extinção diversas espécies de animais.

A pecuária é considerada a principal responsável pela destruição e devastação da Floresta Amazônica. A criação de animais é complexa e depende de muitos recursos, principalmente hídricos, pode parecer exagero, mas como mostra a 'Water Footprint Network', para se produzir 1kg de carne são necessários 15.400 litros de água.

Sozinha, a agropecuária é responsável por 70% da água utilizada pelo ser humano
Sozinha, a agropecuária é responsável por 70% da água utilizada pelo ser humano
Foto: CanvaPro

Conforme a Organização das Nações Unidas (ONU), cada pessoa necessita de 3,3 mil litros de água por mês (cerca de 110 litros de água por dia para atender às necessidades de consumo e higiene), ou seja, a produção de 1 kg de carne é o equivalente ao consumo de água de um ser humano durante 4 meses.

É mais do que normal as pessoas se tornarem veganas ao tomarem consciência do quão problemático é a utilização de animais para consumo humano, e o impacto negativo que essa atividade tem no mundo todo.

Nós, humanos, somos seres empáticos, com a capacidade de nos colocarmos no lugar do outro e com uma capacidade de discernimento incrível, e temos uma vontade absurda de somar e contribuir e, por isso, quanto mais acesso à informação e mais instruídos formos, mais estaremos dispostos para agir e mudar.

Vegano Periférico Leonardo e Eduardo dos Santos são irmãos gêmeos, nascidos e criados na periferia de Campinas, interior de São Paulo. São midiativistas da Vegano Periférico, um movimento e coletivo que começou como uma conta do Instagram em outubro de 2017. Atuam pelos direitos humanos e direitos animais por meio da luta inclusiva e acessível, e nos seus canais de comunicação abordam temas como autonomia alimentar, reforma agrária, justiça social e meio ambiente.
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