Restaurantes do Sesc-SP devem manter prato feito
Na pandemia, self service acabou e começou o agendamento por aplicativo, que organiza atendimento, mas exige agilidade
Antes da pandemia causada pelo coronavírus, o almoço nos restaurantes paulistas do Sesc oferecia três tipos de carne, saladas diversas, diferentes sobremesas e frutas. Com a Covid-19, as possibilidades de escolha foram reduzidas a dois pratos feitos, sendo um vegetariano, uma opção de fruta e uma de sobremesa. E, segundo o Sesc, o esquema vai continuar.
Segundo a assessoria, a nova situação “é positiva e alinhada à missão do Sesc em oferecer serviços com atendimento humanizado, bem como uma alimentação adequada e saudável. O sistema de agendamento contribuiu com a diminuição das filas nas comedorias, oferecendo um serviço mais eficiente e de acordo com a capacidade de produção e instalações físicas dos espaços”.
Mudança nas comedorias
Os restaurantes paulistas do Sesc, chamados de “comedorias”, funcionam em 12 unidades entre capital, interior e litoral, além de Bertioga, que atende hóspedes da unidade turística. Todas essas comedorias passaram a oferecer pratos feitos, ou “porcionados”, em setembro de 2020.
Pelo país, há diferentes formatos de atendimento em 140 restaurantes, que oferecem 20 milhões de refeições e lanches por ano. O sistema de agendamento via aplicativo, para quem tem credencial, e o prato porcionado, foram adotados somente nas unidades paulistas.
A justificativa para implantação desse sistema foi a manutenção do distanciamento social, evitando aglomerações, e a diminuição do risco de contaminação dos alimentos – uma placa acrílica separa quem vai almoçar de funcionários que servem o prato.
A volta ao esquema de self-service é improvável porque o Sesc avalia positivamente a mudança, como “um ganho”.
Clientes parecem ter se acostumado
Adriano José da Silva, contador, almoça na comedoria do Sesc Pinheiros desde quando havia churrasqueira. Viu a retirada do carne assada na hora, consumiu por anos o self service, deixou de frequentar a comedoria na pandemia e agora come prato feito.
Sua impressão é a de que há menos opções de comida. Apesar disso, “não tenho do que reclamar, ficou mais organizado, mas tem muita gente que não gostou. Quando era self service era mais prático, a pessoa se servia, colocava o tanto que queria, agora tem um pouco desse transtorno, falar ao atendente como você quer o prato. Cada um tem um jeito: eu sempre peço para colocar o feijão em cima do arroz”.
Sesc Carmo diminuiu as filas
Sobre a opção pelo prato feito em substituição do self service, uma atendente do Sesc Carmo, no centro de São Paulo, diz que “toda mudança gera reclamação”, mas o público se acostumou. Segundo ela, a diminuição da quantidade de refeições servidas é compensada pela organização, como a eliminação de filas longas e demoradas.
Essa é a opinião de Jair Vance, agente de trânsito da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET). Dependendo de onde está, almoça na unidade Carmo ou Belenzinho. “Como eu como pouco, a mudança não fez diferença”.
Para Jaldier Ferraz, o desperdício de comida diminuiu. No esquema de self-service, havia quem não comesse tudo o que tinha colocado no prato. Outros, demoravam no restaurante, aumentando o tempo de espera na fila.
Aplicativo exige rapidez para marcação do almoço
Apesar dos pontos positivos apontados pelos entrevistados, todos eles sabem que, para marcação do almoço por aplicativo, é preciso estar alerta: em poucos minutos, as vagas esgotam. Por isso, colocam seus celulares para despertar 14h30, quando começa o agendamento. Muita gente tenta ao mesmo tempo. Leva vantagem quem tem celular com maior velocidade de processamento e internet rápida.