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Vereador quer multar em até R$ 10 mil quem doar marmitas em Curitiba

Segundo autor da proposta, cidade “tem um grande problema” porque atrai “moradores de rua de todas as partes do país”

17 fev 2025 - 08h27
(atualizado às 08h55)
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Resumo
Entre as exigências previstas está cadastro e apresentação de documento com foto, local e horário fixos para distribuição de marmitas, proibição de aglomeração e distância de praças e terminais.
Segundo dados da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), são 4.207 pessoas em situação de rua em Curitiba.
Segundo dados da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), são 4.207 pessoas em situação de rua em Curitiba.
Foto: Projeto Mãos Invisíveis

O vereador João Bettega (União Brasil) apresentou projeto que pretende multar em R$ 5 mil, dobrando o valor em caso de reincidência, a quem descumprir regras para distribuição de marmitas a pessoas em situação de rua em Curitiba.

A distribuição seria autorizada somente a pessoas cadastradas na Fundação de Ação Social (FAS), com apresentação de documento oficial com foto para receber a marmita. A presença da Guarda Municipal seria obrigatória.

O vereador afirma que o centro de Curitba está se tornando um “resort” para “nóias e foragidos da polícia”. Segundo Bettega, “uma parte dos moradores de rua são egressos da cadeia estadual do Paraná”.

Entre as exigências previstas está ainda a definição de um local fixo para distribuir marmitas. Ele deve estar a 200 metros de distância de praças, bosques, largos, escolas, terminais, pontos de ônibus, rodoviária e mercados.

Segundo proposta de regulamentação de distribuição de marmitas, não serão permitidas aglomerações.
Segundo proposta de regulamentação de distribuição de marmitas, não serão permitidas aglomerações.
Foto: Projeto Mãos Invisíveis

Para ativistas, projeto é marqueteiro

“Esse projeto é para ganhar mais seguidores. É disso que o vereador vive, e os eleitores dele também”, diz Vanessa Lima, da ong Mãos Invisíveis, atuante desde 2017 entre pessoas em vulnerabilidade social.

Ao contrário do que afirma o vereador, para a ativista “a maioria da população em situção de rua é de Curitiba mesmo”. Sobre a distância que deve ser mantida de escolas e outros locais para distribuição de marmitas, “não existe a menor possibilidade”.

Para Leonildo José Monteiro Filho, presidente da ong Inrua, “é uma loucura. Está procurando protagonismo, querendo dizer que é radical, mas é sempre usando os mais fracos”.

“A gente tem certeza de que o projeto não vai pra frente. Consultei a bancada da situação, do prefeito, e não teria votos. E a oposição também não apoia”, diz Monteiro Filho.

Para Vanessa Lima, da ong Mãos Invisíveis, interferir na distribuição de marmitas é "para ganhar mais seguidores".
Para Vanessa Lima, da ong Mãos Invisíveis, interferir na distribuição de marmitas é "para ganhar mais seguidores".
Foto: Projeto Mãos Invisíveis

Projeto semelhante foi apresentado em 2021

Rafael Greca, prefeito de Curitiba em 2021, apresentou projeto para regulamentar a distribuição de marmitas. Seria votado com urgência, mas a tramitação acelerada foi retirada de pauta pelos vereadores.

A proposta de Greca previa multa máxima dez vezes menor do que o valor desejado pelo vereador João Bettega. Ele acredita que “o projeto será aprovado devido ao grande apelo popular e urgência da pauta”.

Em 2021, projeto semelhante de regulamentação de distribuição de marmitas previa multa dez vezes menor.
Em 2021, projeto semelhante de regulamentação de distribuição de marmitas previa multa dez vezes menor.
Foto: Projeto Mãos Invisíveis

Segundo a assessoria de imprensa da Câmara Municipal de Curitiba, o projeto está aguardando “consulta à biblioteca”, para verificar se há proposta similar tramitando ou lei vigente.

A proposta deverá passar ainda pela Procuradoria Jurídica, que tem 30 dias para dar um parecer às comissões – elas ainda não foram instaladas e há 189 projetos na fila desde janeiro.

Segundo o Observatório Brasileiro de Políticas Públicas com a População em Situação de Rua (OBPopRua/POLOS-UFMG), com os números do CadÚnico, em janeiro deste ano existiam 4.207 pessoas vivendo nas ruas da capital paranaense.

Fonte: Visão do Corre
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