Lá da Favelinha: Arraiá segue nas comunidades de BH
O Centro cultural Lá da Favelinha valoriza a cultura tradicional das favelas e luta pelo protagonismo de seus moradores
As festas juninas são comemoradas durante todo o mês de junho, mas já se tornou tradição que elas se estendam para julho e às vezes, até Agosto. Nas comunidades de Belo Horizonte, o ritmo das celebrações continua na mesma intensidade. O centro cultural Lá da Favelinha promove desde 2015 o evento Arraiá da Favelinha. Para este ano, a organização está a todo vapor.
Com a ajuda dos moradores da Vila São Lucas, no Aglomerado da Serra, os produtores preparam as barraquinhas, brincadeiras e atrações com muita música e dança, incluindo participantes do próprio local e do Centro Cultural. As manifestações artísticas têm um estilo próprio, com figurinos exclusivos que propõem a representatividade da população das favelas e periferias da capital.
Danny Mendes, gestora administrativa, conta que o traje usado na festa faz parte da coleção Remexe, que é uma cooperativa de moda sustentável da Vila. “Nós favelados, pegamos outras roupas, fizemos figurinos dessas outras roupas, desfilamos e agora vamos usar como figurino para a festa junina e depois vender como forma de gerar recursos pra gente”, explicou Danny sobre a participação do núcleo Remexe no arraial.
A cada ano o Arraiá da Favelinha conquista o público da cidade e reúne centenas de pessoas que se divertem no Aglomerado. DJ Teffy Angel, DJ Grabs, Swing Safado, Formação de Quadrilha, KFZ e A quadrilha são os artistas convidados para o show. A previsão é de muita animação e um registro inesquecível em mais uma parte da trajetória da Lá da Favelinha. “A sugestão é que geral chegue cedo para aproveitar bastante essa festa linda feita com muito carinho”, aconselhou Danny.
Sobre o Lá da Favelinha
As festividades e produções do Centro não se limitam a datas comemorativas oficiais. Durante todo o ano são promovidas oficinas, cursos, eventos artísticos e literários, workshops, palestras e vendas de produtos. No início, em 2015, o centro funcionava como uma oficina de rap e biblioteca comunitária, inclusive, já arrecadaram cerca de três mil exemplares para o acervo. As oficinas do momento são de teatro, capoeira, corpo e movimento, dança espanhola, vogue, judô, comunicação, espanhol, violão, ritmo e poesia, terapia com arte, pilates e stencil, que acontecem semanalmente e são gratuitas.
As demandas por atividades culturais da favela estão aumentando. O espaço comunitário é fundamental para a formação profissional da população da região. A missão da equipe é a de incentivar o empreendedorismo social e promover educação, cultura e desenvolvimento humano dos moradores do Aglomerado da Serra, além de propor um intercâmbio de experiências e conhecimentos.
Através da sua atuação e com o lema “voe favelinha”, o Centro cultural busca integrar toda a comunidade em suas atividades, a fim de promover a ocupação do espaço, construir uma relação de pertencimento e se tornar referência em valorização da coletividade, sustentabilidade e diversidade.