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Livro vencedor do Prêmio Jabuti é tema da Pérola Negra em SP

A obra recebeu o Prêmio Jabuti Acadêmico 2024, maior prêmio literário brasileiro, que também premia pesquisadores

22 fev 2025 - 16h28
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Resumo
Trabalho de pesquisa trata da importância do matriarcado nas tradições afro-brasileiras. É a segunda vez que um livro da pesquisadora inspira um desfile de escola de samba. A Pérola Negra está no Grupo de Acesso 2 do Carnaval de São Paulo, no Sambódromo do Anhembi.
Pesquisadora Cláudia Alexandre mostra a obra premiada que se tornou inspiração para o desfile da Pérola Negra.
Pesquisadora Cláudia Alexandre mostra a obra premiada que se tornou inspiração para o desfile da Pérola Negra.
Foto: Arquivo pessoal

A Escola de Samba Pérola Negra levará para o Sambódromo do Anhembi um enredo inédito, Exu-Mulher e o Matriarcado Nagô, inspirado no livro com o mesmo título da jornalista e pesquisadora Cláudia Alexandre.

A obra recebeu o Prêmio Jabuti Acadêmico 2024, maior prêmio literário brasileiro, que tamém premia pesquisadores acadêmicos. Ela mergulha nas complexidades do orixá Exu e na importância do matriarcado nas tradições afro-brasileiras.

O livro Exu-Mulher e o Matriarcado Nagô aprofunda-se na resistência das mulheres negras na preservação das tradições afro-brasileiras, revelando as tensões e negociações que ocorrem nos terreiros liderados por mulheres em Salvador.

Historicamente, a presença feminina de Exu foi ocultada no Brasil devido às imposições coloniais e ao racismo religioso. Segundo a autora, havia resistência, por parte de antigas lideranças, em iniciar filhos e filhas desse orixá, muitas vezes trocando-o por Ogum para evitar estigmas.

Cláudia Alexandre recebendo o prêmio Jabuti em 2024. Prêmio literário também premia produções científicas.
Cláudia Alexandre recebendo o prêmio Jabuti em 2024. Prêmio literário também premia produções científicas.
Foto: Divulgação

Como surgiu o samba-enredo?

A ideia do enredo surgiu de uma conexão espontânea do carnavalesco Rodrigo Meiners com o livro. Ele estava lendo a obra e não havia pensado em transformá-la em enredo, até assistir ao desfile da Mocidade Unida da Mooca, que homenageou Helena Theodoro.

Ela foi a primeira mulher negra a conquistar um doutorado em Filosofia no país, em 1985. O carnavalesco então percebeu que a autora do livro, havia participado do desfile

Foi pesquisar sobre ela descobriu que, além de escritora, Claudia Alexandre é apaixonada pelo carnaval e escreveu também um livro sobre o Vai-Vai. “Há uma ligação muito grande com a Pérola Negra, uma escola de nome feminino, que tem uma mulher presidente”, afirma Meiners.

Carro alegórico da Pérola Negra. A abordagem feminina de Exu revela a importância do matriarcado.
Carro alegórico da Pérola Negra. A abordagem feminina de Exu revela a importância do matriarcado.
Foto: Divulgação

Quem é Claudia Alexandre

Claudia Alexandre é jornalista, comunicadora de rádio e TV, doutora e mestre em Ciência da Religião pela PUC-SP. Pesquisadora das relações entre raça, gênero e religiosidades de matrizes africanas, é sacerdotisa umbandista e Ebomi de Oxum no candomblé.

Em 2009, outro livro da autora, Na Fé de Vivaldo de Logunedé, inspirou a Vila Nova, de Santos. Agora, a emoção se repete com a Pérola Negra.

“Exu-Mulher vai reinar na festa do carnaval, unindo os meus grandes temas de pesquisa: os terreiros sagrados, suas ancestralidades e experiências civilizatórias negras”, celebra Cláudia Alexandre.

Seu livro Orixás no Terreiro Sagrado do Samba: Exu e Ogum no Candomblé da Vai-Vai, é uma referência na área.

Fonte: Visão do Corre
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