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Peça interativa mostra a força e a ousadia do teatro periférico em SP

Montagem em Heliópolis usa tecnologia e inteligência artificial. Espectadores interagem com espetáculo via celular

18 mar 2025 - 07h36
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Resumo
Gratuita, peça usa recursos como ChatGPT e aplicativo para criar a dramaturgia e para o público decidir os rumos da história. Temas como machismo, homofobia, saúde mental e estruturas da sociedade contemporânea são debatidos.
A ideia principal é trabalhar os conceitos de julgamento e cancelamento, mas sem cair no panfletário de arte militante.
A ideia principal é trabalhar os conceitos de julgamento e cancelamento, mas sem cair no panfletário de arte militante.
Foto: Jack Oliveira

A montagem teatral Programa Akáshico, uma peça-jogo durante a qual espectadores interagem através de um aplicativo de celular, está em cartaz na Casa Cultural Alcântara Sampaio, em Heliópolis, zona sul de São Paulo – e este é um dos motivos pelos quais vale ver a peça: o local onde é apresentada.

O lugar é importante por dois aspectos. Não é um teatro, unidade do Sesc, auditório de escola ou sala de espetáculo. A montagem rola dentro de uma casa, sede do grupo Impacto Agasias, e os cômodos são cenários, incluindo o quintal.

O local é improvável também pela localização, distante 12 quilômetros da Praça da Sé, centro de São Paulo. Fica especificamente em São João Clímaco, região da favela de Heliópolis, onde o grupo atua há 14 anos.

No espetáculo, o público vai decidindo os rumos da montagem com um aplicativo, que tem seis possibilidades dramatúrgicas. É interessante, interativo, mas ainda não é o mais grandioso, afinal os atores estão preparados qualquer rumo que a história tomar.

Grandiosa é a resolução da complexidade da trama. No início da peça, o público é divido em três grupos, que vão para partes diferentes da casa, onde assistem a primeira parte, cada uma protagonizada por um protagonista, ou avatar, com história individual.

Na segunda parte, público e personagens vão para o cômodo central e entendem não só o desenrolar da parte vista antes, como das outras que não viram. As histórias se conectam e o espectador saca as conexões das três partes, tendo visto só uma.

Isso, sim, é notável, embora a primeira parte pudesse ser mais curta – nem por isso cansa; é incrível como pouco mais duas horas passam rápido. A armação e resolução da trama é de gente grande, de alta competência dramatúrgica.

Os criadores da peça, o grupo teatral Impacto Agasias, surgiu da união de duas trupes teatrais formadas no ensino médio de escolas públicas da região – “agasias”, palavrinha esquisita, é de origem grega e significa “digno de ser admirável”.

Mesmo que a montagem não fosse digna, nem admirável, ao voltar para casa, vendo a quebrada, próxima à rodovia Anchieta, as ruazinhas estreitas, as casas sobrepostas, deu um aperto gostoso no coração. Talvez tenha sido a esperança em país melhor. Desconfiei que seria possível.

Serviço:

Peça Programa Akásico

Até 27 de abril, sábado às 20h e domingo às 19h.

Casa Cultural Alcântara Sampaio – Rua Tamuatá, 236 – São João Clímaco, São Paulo.

 16 anos, 150 minutos

Gratuito, retirada de ingressos no site Sympla

Em caso de chuva, a apresentação será cancelada.

Fonte: Visão do Corre
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