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Primeiro filme brasileiro sobre São Jorge estreia em abril

Em entrevista exclusiva, diretor conta batalha de 16 anos para concluir obra gravada no Brasil e na Capadócia

4 mar 2024 - 05h00
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Resumo
Jorge da Capadócia, primeiro filme brasileiro sobre o santo guerreiro foi rodado aqui e na Capadócia, Turquia. Foram 16 anos para concluir a obra, protagonizada pelo diretor, produtor e protagonista Alexandre Machafe, devoto do santo. Ele conversou com o Visão do Corre. Jorge da Capadócia estreia em 18 de abril
Alexandre Machafer produziu, dirigiu e protagonizou Jorge da Capadócia, que estreia em 18 de abril
Alexandre Machafer produziu, dirigiu e protagonizou Jorge da Capadócia, que estreia em 18 de abril
Foto: Divulgação

Vocês sabem: são Jorge vai de protetor do Corinthians a padroeiro do Rio de Janeiro, ao lado de São Sebastião, é Ogum nos terreiros e inspira a arte, especialmente a música, de Jorge Ben Jor a Racionais MCs. A novidade é que agora Jorge da Capadócia venceu outra batalha: após 16 anos, sua história é contada no primeiro filme brasileiro sobre um dos santos mais populares do Brasil, se não for o mais, com estreia em 18 de abril.

Jorge da Capadócia é dirigido, produzido e protagonizado por Alexandre Machafer, devoto desde criança, quando via a avó acender vela pra São Jorge. Devoto do santo, venceu os dragões do baixo orçamento, da busca de parcerias, do esforço de gravação no Brasil e na Capadócia, e de cinco anos de pós-produção, atravessando a pandemia.

“O cinema é caro, precisa ter incentivo. E abre portas para novos trabalhadores, gera emprego e milhões para o país”, diz Machafer em entrevista exclusiva ao Visão do Corre. O filme custou por volta de R$ 3,5 milhões, valor baixo para longa-metragem, e ainda rendeu um livro dos bastidores.

A história de São Jorge é de luta e fé. Em 303, após ter vencido grande batalha, Jorge é condecorado como novo capitão do exército. O imperador Diocleciano, em sua última grande perseguição aos cristãos no Império Romano, é cruel, mas Jorge não renuncia à fé, pagando com a vida.

Como surgiu sua devoção a São Jorge?

Da minha avó, tudo ela pedia para ele. Era uma mulher muito forte, determinada. Fui crescendo e comprei a minha imagem. Fui entendendo, estudando. Sou devoto também.

Comente uma obra de arte envolvendo São Jorge.

Tem o emblemático disco dos Racionais, li o livro, vi o documentário. O nome do disco que tem Jorge da Capadócia diz tudo: Sobrevivendo no Inferno. Pra sobreviver, você precisa de algo a mais, e, independente da religião, é a nossa fé que nos move. A imagem de São Jorge matando o dragão representa muita coisa, pra muita gente, passa muita força para continuar vencendo os dragões que aparecem diariamente.

 Sem apoios, o filme não sairia?

 A gente conseguiu muitos apoios. Na Capadócia, conseguimos quase tudo de graça. Uma companhia aérea e um empresário apoiaram, o governo turco deu hospedagem. A gente teve alimentação, transporte, não gastamos com locações. Isso possibilitou que o filme ficasse bem abaixo do valor de mercado, custou menos de 3 milhões e meio.

 Quais os principais dragões a serem enfrentados no Brasil hoje?

O maior dragão está dentro da gente. Pensando no povão, nas pessoas mais humildes, que sofrem, batalham, precisamos mudar a relação com quem precisa de ajuda no país.

O tema do filme vai levar o grande público ao cinema?

Desde quando eu comecei neste projeto, há dezesseis anos, e há cinco trabalhando na pós-produção, minhas expectativas são as melhores. É um filme cem por cento brasileiro, tenho muito orgulho de falar isso. A gente fica vendo Hollywood fazer, Bollywood fazer, e a gente não faz. Claro que é caro, mas também existe uma visão aqui no Brasil de que o cinema é sempre no sufoco.

Fonte: Redação Terra
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