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Rapper DBS lança livro sobre querer, poder e merecer em SP

Trajetória na vida e na arte, além da internação do filho durante seis meses na UTI, forjaram o livro de estreia

25 mai 2024 - 09h18
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Resumo
Darci Braga de Souza, rapper DBS, lança livro Eu Quero Porque Preciso e Preciso Porque Mereço em São Paulo. "Eu sempre falei de livros, leitura, sobre essa busca. Estou muito mais leve hoje, depois da entrega desse livro, do que em toda minha vida", diz DBS.
“Sempre a necessidade parece um problema”, diz DBS. Quando ela é superada, é preciso aprender a aceitar a vitória
“Sempre a necessidade parece um problema”, diz DBS. Quando ela é superada, é preciso aprender a aceitar a vitória
Foto: Divulgação

Nascer pobre significa colecionar traumas tão profundos que, mesmo quando se conquista o inimaginável, a pessoa corre o risco de não se achar merecedora. É a autossabotagem, com todas as consequências negativas para a vida, os negócios e a arte.

Darci Braga de Souza, o rapper DBS, parece ter passado tudo isso a limpo com seu primeiro livro intitulado Eu Quero Porque Preciso e Preciso Porque Mereço, lançado em 25 de maio em São Paulo, com tarde de autógrafos.

Conforme conta na entrevista exclusiva a seguir, a rota de escrita do livro foi mudada com a internação do filho, que passou seis meses na Unidade de Terapia Intensiva (UTI). A dedicação do pai preocupado alterou a obra e as perspectivas.

Levou a uma revisão ampla da vida, começando pelas dificuldades da infância pobre, quando era preciso querer porque as necessidades de sobrevivência impunham a busca. Os corres da vida mostraram que, além de precisar conquistar, as próprias conquistas eram merecidas.

Parece fácil aceitar as vitórias, mas não é tão simples, sobretudo para quem nasceu na cidade mais pobre do estado mais rico do país. Para quem viveu uma vida de não, é difícil aceitar o sim, por mais inacreditável que pareça.

Mas DBS explica isso melhor na entrevista exclusiva que concedeu ao Visão do Corre, na madrugada antes do lançamento do livro.

“Era natural que eu, com tanta gratidão pela escrita, lançasse uma obra”, diz DBS sobre os livros que fizeram sua cabeça
“Era natural que eu, com tanta gratidão pela escrita, lançasse uma obra”, diz DBS sobre os livros que fizeram sua cabeça
Foto: Divulgação

Como o título do livro explica a obra?

A gente quer porque é necessário, a gente precisa ter. Eu tive que aprender a ressignificar o problema da sobrevivência, fazia eu sofrer demais, me sentia culpado e me sabotava. Chega um momento que eu começo a entender que eu mereço ter as coisas que eu tenho: eu mereço ter uma casa boa, dar uma condição melhor para os meus filhos. Eu não só quero, não só preciso: eu mereço ter tudo aquilo que eu necessito.

Como foi o processo de escrita?

Comecei a escrever esse livro na pandemia, recluso em casa, eu já tinha minha filha e nasceu meu filho, em 2021. Estava com mais da metade do livro escrito. Quando meu filho completou nove meses, acabou sendo internado e ficou seis meses em uma UTI, meningite viral, paralisado. Eu estava com mais da metade do livro escrito e esse livro que estou entregando é um outro livro. É o olhar de um pai dentro de uma UTI.

O que a experiência de escrever um livro ensinou?

É como se fosse uma terapia de regressão. Vários traumas, várias paradas que me travavam a vida em termos de evolução e até mesmo de entendimento de que aquilo era tão forte, como a questão dos meus pais, que eu tive que ressignificar. Eu tive que aprender a recordar. O livro me ensinou como eu estava nas dores do passado. Escrever o livro me ensinou que o agora é a única coisa que existe.

Livro é sobre um homem negro que se movimentou para ser empreendedor, músico, rapper, filho, neto e hoje pai.
Livro é sobre um homem negro que se movimentou para ser empreendedor, músico, rapper, filho, neto e hoje pai.
Foto: Divulgação

É mais fácil escrever um livro ou um rap?

É uma pergunta muito boa, eu nunca pensei nisso. O single está na moda, mas sou do tempo do CD, no qual cada música compõe a obra, o todo. No livro, cada capítulo conversa com outro.

A obra visa somente o público do hip hop?

A coisa mais doida de todas – e talvez vai ser isso que o público vai pegar – é que eu sempre tentei fazer as pessoas entenderem o que é o DBS, de onde vinha a música, tentando fugir um pouco do produto final. A gente quis mais focar no que criou o resultado, do que no próprio resultado.

Qual a importância dos livros na sua vida?

Minha vida foi mudada com livros. Tive um impacto muito grande com um livro chamado A Mágica de Pensar Grande, em 1997. Eu tinha esse compromisso. Eu sempre falei de livros, leitura, sobre essa busca. Estou muito mais leve hoje, depois da entrega desse livro, do que em toda minha vida.

Segundo o livro, devemos viver setenta por cento no agora, vinte por cento no futuro, e dez por cento no passado
Segundo o livro, devemos viver setenta por cento no agora, vinte por cento no futuro, e dez por cento no passado
Foto: Divulgação

Ao lado de qual livro você gostaria de ver o seu?

Pai Rico, Pai Pobre: esse livro realmente é incrível. É sobre vida, ser humano, a obrigação de você evoluir, aprender o seu poder, como manifestar. Gosto muito também do Guerra da Arte, sobre a resistência. São livros que eu gostaria de ver ao lado do meu na estante das pessoas.

Você pretende escrever outros livros?

A experiência literária é nova. Dentro da UTI, vivendo o que eu estava vivendo, eu comecei a escrever histórias de vida, contando sobre pessoas que estavam vivendo aquele momento com nós. Passamos seis meses na UTI. Eu tenho isso escrito, e outras coisas também, principalmente falando do hip hop no Brasil. Não descarto a possibilidade de surgirem outros projetos.

Serviço

Lançamento do livro Eu Quero Porque Preciso e Preciso Porque Mereço

25 de maio, Gringos Records, 15 horas

R. 24 de Maio, 116, loja 13, República, São Paulo

Fonte: Visão do Corre
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