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Santos terá primeiro museu de favelas, instalado em sete locais

Cidade do litoral paulista tem ao menos 13 museus, mas até agora nenhum deles era localizado ou dedicado às favelas

6 abr 2025 - 04h59
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Resumo
Santos, no litoral paulista, um dos primeiros locais colonizados do Brasil, tem 479 anos. Os museus que contam sua história estão concentrados em áreas centrais, na região que se relaciona diretamente com a praia. Mas existe a Santos dos morros, onde está o Jardim São Manoel, que organiza o primeiro museu de favela da cidade e da Baixada Santista.
Jardim São Manoel, em Santos, litoral paulista, terá museu pensado e construído pelos moradores, em sete locais.
Jardim São Manoel, em Santos, litoral paulista, terá museu pensado e construído pelos moradores, em sete locais.
Foto: Divulgação

A cidade de Santos, no litoral paulista, tem ao menos 13 museus, como o do Surf, do Mar, do Porto, da Pesca, do Café, Museu Pelé, entre outros. Mas no Jardim São Manoel está surgindo o primeiro museu de favela da cidade e da Baixada Santista, que ocupará sete espaços.

Seu nome está sendo discutido pela comunidade, mas é certo que ocupará duas associações comunitárias, a Horta Bons Frutos, a chamada Travessia da Barca, duas praças e uma garagem. O museu deve ser inaugurado no segundo semestre e alguns espaços estão prontos, enquanto outros são revitalizados em mutirões.

“O museu é para ter a história do bairro em nossas mãos, e para as pessoas não confundirem mais: o São Manoel é de Santos, não é de Cubatão, nem de São Vicente”, diz Hugo Freitas, 14 anos. Neto de uma das primeiras moradoras, o jovem participa da Horta Bons Frutos, que será parte do museu.

Hugo Freitas, nova geração de lideranças comunitárias, é neto de Renilda Almeida da Fonseca, uma das primeiras moradoras.
Hugo Freitas, nova geração de lideranças comunitárias, é neto de Renilda Almeida da Fonseca, uma das primeiras moradoras.
Foto: Vitória Santos Oliveira

“O Jardim São Manoel é uma das regiões que mais se sente afastada do resto da cidade”, diz a socióloga Vitória Santos Oliveira, do Instituto Elos, envolvido na revitalização de espaços do Jardim São Manoel, incluindo as do futuro museu.

O que as moradoras querem ver no museu?

“O museu é para resgatar coisas que já aconteceram, estão acontecendo e vão acontecer. As pessoas vão entender que alguém plantou tudo isso”, diz Regiane Cipriano, 56 anos, artesã, cria da comunidade, que teve a ideia do museu.

Ela nunca expos seus trabalhos e atua, também, na Horta Bons Frutos. “A minha ideia é fazer um mural pra colocar tudo aquilo que tem no bairro, um quadrado bem grande com todos os itens destacados, laranja, amarelo, vermelho, pra pessoa ver que o vermelho é a farmácia”.

Regiane Cipriano, cria do São Manoel, sabe que muitos novos moradores não conhecem a história do bairro.
Regiane Cipriano, cria do São Manoel, sabe que muitos novos moradores não conhecem a história do bairro.
Foto: Agnes Sofia

Lucidalva Ferreira, 56 anos, faxineira, gostaria “muito” de colocar sua foto, da filha e dos netos no museu. Ela chegou à Baixada Santista em 1989, vinda de Pernambuco. “A gente vai lutar com garras e dentes para concluir esse museu aqui dentro e todo mundo ver que o São Manuel é uma história”.

Vilma Lúcia Barros, 69 anos, quer incluir a história dos caranguejos. “Meus filhos eram pequenos e, quando dava trovão, eles iam e catavam sacos de caranguejo”. Moradora do Jardim São Manoel há 44 anos, ela também gostaria de ver o museu retratando “dificuldades com saúde, segurança, acho que não pode deixar de ser contada, né?”.

São Manoel é maior do que os dados oficiais

Para entender periferias como o Jardim São Manoel, não basta recorrer aos dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Segundo o Censo de 2022, seriam 1.327 moradores, divididos em duas áreas.

Santos tem 13 museus oficiais na área economicamente desenvolvida: o primeiro de favelas está sendo construído pelos moradores.
Santos tem 13 museus oficiais na área economicamente desenvolvida: o primeiro de favelas está sendo construído pelos moradores.
Foto: Divulgação

Mas, para quem vive no Jardim São Manoel, ele é dividido em três partes: “Caminho”, onde há mais gente e muitas palafitas; rua João Carlos, com casas de madeira, alvenaria e poucas palafitas; e a parte urbanizada, que os moradores chamam de “Bairro”.

Somando os dados do Censo referentes ao Caminho e rua João Carlos, o número de moradores salta para 3.253. “É um pouquinho maior quando conta o Bairro, vai para 5.300 pessoas. Mas, internamente, a gente sabe que o número é bem maior, principalmente depois do Censo”, diz a socióloga do Instituto Elos.

O motivo recente do aumento de moradores é a seleção do Jardim São Manoel para o programa Periferia Viva, do Ministério das Cidades, que prevê regularização fundiária e obras de urbanização, saneamento e infraestrutura.

Serviço:

Próximas ações do projeto Diálogos Construtivos

26 de abril, das 9h às 17h

Oficina de Leitura e Compreensão do Projeto de Arquitetura e Urbanismo

Maio e junho

04 mutirões comunitários

Oficina de Autogestão Comunitária

Julho

Evento de encerramento, com apresentação dos resultados

Fonte: Visão do Corre
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