De Mariana a Petrópolis: O papo é sobre racismo ambiental
No Simplão do Corre desta segunda (7), Roberta Camargo fala sobre os impactos causados pelos períodos de chuvas à camada mais pobre
Desde mais nova, tenho lembranças de tragédias que marcam vidas e espaços - sempre muito semelhantes - nas épocas de mais chuva aqui no Brasil. A mais recente aconteceu em Petrópolis e, infelizmente, estava longe de ser um acidente sem nenhuma previsão de que poderia acontecer.
No Brasil, segundo dados do IBGE, 10% das casas não têm acesso à água potável ou saneamento básico. Isso, somado a um conjunto de fatores estruturais, econômicos e sociais que obrigam as pessoas a viverem em regiões inseguras, em sua maioria na periferia, faz parte do racismo ambiental. Estamos falando, em sua maioria, de povos originários e pessoas pretas.
Durante a COP26, a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, o racismo ambiental foi tema de protestos. As reivindicações? Ações governamentais que reduzissem essa realidade no país, além de denunciar que este problema existe e faz parte da realidade do brasileiro.
"Temos várias organizações que vem fazendo esse debate, a defesa e há muito tempo e de maneira muito séria (...) que visam não só de defesa, mas auxiliar na compreensão sobre a temática", me explicou a doutora em planejamento urbano e regional Rita Maria da Silva Passos.
Instituições como MST (Movimento Sem Terra) e a CONAQ (Coordenação Nacional de Articulação de Quilombos), estão atentos e ativos para assistir e dar a atenção necessária à população vítima do racismo ambiental e na atuação pele redução de mais um resultado do racismo estrutural. Não são as águas de março, muito menos as chuvas de verão.