Referência em geração Z começou como estagiário de eventos
Conheça a história inspiradora de Luiz Menezes, criado pela mãe, que comprou seu primeiro computador parcelado
Nascido em Americana, interior paulista, criado pela mãe, Luiz Menezes começou a trabalhar aos 15 anos, em uma empresa de eventos. Veio para a capital paulista, passou por empregos na área de conteúdo, trabalhou com youtubers e tiktokers que se tornaram gigantes e decidiu criar sua própria consultoria. Com 24 anos, é uma referência para grandes empresas que querem entender e se comunicar com a geração Z.
Luiz Menezes é fundador da Trope, uma consultoria de geração Z que ajuda marcas a rejuvenescerem suas estratégias de negócio. Aos 24 anos, ele é um nativo digital, criador de conteúdo, apresentador, empresário e empreendedor.
Atuando na área de comunicação há oito anos, acumula experiência em organização de eventos voltados à cultura pop e geek, e especialmente prestação de serviços de marketing de influência para grandes marcas como Mondelez, Meta, Itaú, Ecossistema Ânima, P&G, Embelleze, entre outras.
Luiz Menezes está à frente da Trope, fundada em 2021, empresa com a qual busca facilitar a entrada de nativos digitais, a geração Z, no mercado da comunicação. Não houve nenhum tipo de verba de terceiros para a criação da Trope.
A empresa nasceu a partir de um investimento de menos de mil reais, feito unicamente pelo sócio, em um contexto pandêmico. E deu certo.
Ao longo de 2023, Luiz Menezes participou de alguns dos principais eventos de comunicação e negócios, como o Rio2C, TDWC, Big Festival, VidCon São Paulo, CONAREC, entre outros.
Em 2024, fez uma cobertura presencial no SXSW nos EUA, na CCXP México, novamente no Rio2C e cobriu o Cannes Lions, na Europa.
Conheça um pouco mais dessa história inspiradora na entrevista a seguir.
Como foi sua vida até a adolescência?
Nasci no interior paulista, em Americana. Minha mãe sempre foi solo, tentou ao máximo fazer o que podia por mim e pelo meu irmão. Houve períodos difíceis, com racionamento das coisas, não dava para comprar tudo. Essa situação fez com que eu sentisse a pressão de querer ajudar. Quando eu tinha 14 para 15 anos, comecei a trabalhar de manhã, à tarde eu fazia o técnico e à noite eu estudava no ensino médio. Era bem puxado e maluco. Quando sobrava tempo, eu também trabalhava em um buffet infantil, fui garçom e monitor.
Como teve acesso a computador?
Minha mãe parcelou um computador em várias vezes para que tivéssemos acesso à internet. Tive contato aos sete anos, época em que a internet ainda era discada. O meu primeiro contato com criação de conteúdo foi em um emprego informal, em uma web rádio. Não tive remuneração, mas me serviu como experiência.
Você usou o Orkut?
A minha primeira rede social foi Orkut e hoje eu paro e penso que passei até certos perigos, pois era uma criança que falava com pessoas do Brasil inteiro, minha mãe nem devia fazer ideia de que isso acontecia.
Qual foi seu primeiro celular?
Um Nokia 5200 Preto edição especial da Pitty, que deslizava para cima, e depois um celular com Android para jogar Fruit Ninja e Temple Run, o auge do colégio.
Quais erros e acertos cometeu no início?
Uma das principais coisas que aprendi é que tudo está relacionado à constância. Você precisa postar de forma frequente para conseguir ganhar relevância aos poucos e se tornar conhecido. O meu erro era não ter paciência, achava que ia crescer da noite para o dia. Hoje sabemos que os resultados demoram a aparecer.
Você sempre cita que tinha o dinheiro do domínio e um sonho quando a Trope nasceu. Como foi isso?
As marcas queriam fazer conteúdo vertical, a pandemia trouxe essa questão com força, mas elas não faziam ideia de como começar. Foi então que pensei que eu não queria ter uma agência para criadores e migrei para o mercado de consultoria. Assim nasceu a minha consultoria de Geração Z, para ajudar as marcas a se rejuvenescerem.
Como fez para se tornar conhecido?
Era um recém-chegado a São Paulo, sabia que era preciso que as pessoas me conhecessem e que precisava produzir conteúdo para que soubessem o que era a Geração Z, e como eu desmistificaria isso. Era muito sobre criar uma rede de networking, mas não tinha teoria por trás, era uma coisa na intuição.
O ensino superior é desnecessário para sua geração?
Tem um estigma muito grande de que a Geração Z vai viver de renda e que não é mais preciso faculdade. Eu tenho um diploma em marketing, sou formado pela Fatec. Acho errôneo e equivocado que algumas pessoas em posição de destaque digam que a faculdade não leva a lugar nenhum e que diploma não serve para nada.
O que é mais importante para a geração Z em relação ao mercado de trabalho?
Buscar oportunidades por meio da educação, seja curso online ou autodidata, seja instituição de ensino particular ou pública. Vá atrás da educação e aperfeiçoe os conhecimentos que você tem. Hoje eu trabalho com aquilo que o Luiz de 12 anos gostava, que era internet e criação de conteúdo.