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Conheça dona Marisa, suas plantas e o cuidado com as pessoas

História de vida de moradora que cuida da comunidade através da fé e das plantas

12 nov 2022 - 05h00
(atualizado às 13h19)
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Foto: Carol Alves/ANF

Próximo à imagem de Nossa Senhora, no Morro da Conceição, comunidade periférica da Zona Norte do Recife, se encontra a casa de Marisa Albino Bezerra, de 69 anos, mais conhecida como Dona Marisa. Ela é uma das personagens importantes da construção social do Morro. Trazendo na sua trajetória o zelo com a família e a comunidade em que mora, Dona Marisa realiza trabalhos há mais de 20 anos. Já alfabetizou crianças e adolescentes, e educou as mulheres nos cuidados com a saúde. Hoje, aposentada, é artesã, raizeira e benzedeira. 

Oriunda de Vitória de Santo Antão, na Zona da Mata do Estado, chegou ao Morro da Conceição em um momento difícil de sua vida, como ela mesma descreve: “Cheguei aqui num momento muito triste, porque eu tinha perdido meu esposo. Minha mãe era quem morava no Morro. Quando subi pra cá foi quando fiquei viúva, estava grávida, já com três filhos. Tive que entregar a casa, que não era própria, aí vim morar aqui no Morro com mamãe e meu padrasto”.

Desde 1978 sua história com o Morro da Conceição se consolidou no trabalho comunitário. Após sua chegada, foi acolhida pela Igreja Católica, por meio do Pe. Reginaldo Veloso - uma das figuras religiosas do país mais emblemática - que naquele tempo, era pároco na comunidade, a convidou para colaborar nos projetos comunitários. “Fui convidada para participar de um treinamento para alfabetizar. Passei mais de 10 anos ensinando, alfabetizei muitas crianças e adolescentes. Tinha um grupo de mulheres daqui de Casa Amarela, que viu a necessidade das comunidades e se prontificaram em ensinar. Foi uma experiência muito linda”, diz.

Ao se tornar educadora social, Dona Marisa também participou da construção do grupo de saúde, onde conheceu Dona Graciema (em memória), outra senhora da comunidade que trabalhava com plantas medicinais. Dona Marisa comenta: “Ela era uma raizeira, era quem fazia o lambedor. Ela acompanhava a gente nos trabalhos da comunidade, nisso fui pegando experiência. Já tinha o conhecimento popular, que tinha aprendido através da minha mãe e minha avó. E a partir daí fui sentindo gosto, vontade de fazer a mesma coisa”.

ANF
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