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Conheça Eurides Nascimento, baiana que difunde o ensino de Libras nas periferias

Eurides Nascimento criou a Libras + como forma de contribuir para a disseminação da Língua Brasileira de Sinais (Libras)

4 nov 2022 - 14h28
(atualizado em 6/12/2022 às 19h04)
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Empresária Eurides Nascimento
Empresária Eurides Nascimento
Foto: Divulgação

“É direito linguístico do povo surdo se comunicar em sua língua”. É isso que diz a empresária Eurides Nascimento, que por acreditar na importância da difusão da Língua Brasileira de Sinais criou a Libras +. 

A empresa promove cursos de qualificação, em especial, para mulheres negras, presta consultoria para empresas e trabalha com interpretação de eventos, dos corporativos até as lives musicais. 

Em 2009, quando terminava a graduação em Letras, Eurides foi envolvida pelo desejo de contribuir com a inclusão através da disseminação da Língua Brasileira de Sinais (Libras), tanto nas escolas quanto no mercado de trabalho. Então, após quatro anos de dedicação e estudo surge seu negócio.  

A empresária ressalta que as pessoas surdas “normalmente ficam à margem, então é preciso que as ações de inclusão nas mais variadas esferas sejam mais assertivas para que elas tenham uma vida independente, como qualquer outra pessoa”. 

Criada em Bom Juá, periferia de Salvador, onde foi acolhida após a morte da sua avó, com quem morava em um terreiro de candomblé em Cachoeira, no Distrito de Belém, Eurides constata a influência deste território em sua escolha profissional. Pois, diante das dificuldades financeiras que vivenciava, a empreendedora começou a dar aulas de reforço, as famosas “bancas”, ainda aos 8 ou 9 anos.  

“Sempre tive essa referencialidade de ajudar naturalmente. Então eu ia lá dava banca. Como a gente precisava comer, as mães me davam um trocado, então isso foi me motivando a ensinar e quando eu tive a oportunidade de me deparar com a libra, já na graduação, meu anseio era só esse continuar o que eu já tinha iniciado”, conta Eurides. 

Nesse sentido, a tradutora de Libras aponta ainda a importância primordial de incluir as pessoas surdas, especialmente, nas periferias, através do ensino nas escolas públicas, desde a educação infantil, até o ensino médio e superior. Já que, segundo Eurides, “é bem comum, por exemplo, dentro da periferia, ter pessoas surdas e elas crescerem e dialogarem dentro da comunidade criando uma outra língua que não é libras ou seja elas sobrevivem por meio de mímicas, ou então, elas são invisibilizadas”.  

Contudo, a empresária percebe os avanços na aprendizagem de Libras, sobretudo, observando as determinações legais. “É lei, desde 2002 que a gente tem a lei de Libras, que reconhece a Libras como a segunda língua dentro do território brasileiro. A gente tem um decreto 5626 de 2005 que diz como é que essa língua deve ser, quem que ensina essa língua, onde ela deve ser ensinada e deu um prazo de 10 anos para que as instituições elas realmente colocassem dentro do currículo”, informou Eurides.  

Sendo mulher negra, periférica e mãe, Eurides acumula muitos desafios, mas viu na pandemia a oportunidade de alavancar seu negócio. Com o aumento da demanda, sobretudo por causa da área artística, ela foi em busca de outras “Eurides”, e assim começou a gerar renda para outras mulheres negras atuantes na área de ensino da Libras.  

O objetivo é ser cada vez mais sustentável em outras frentes de atuação para continuar avançando tanto na Bahia quanto em outros estados, como São Paulo e Rio de Janeiro. “Nas nossas capacitações, por exemplo, apenas 30% do público é pagante, porque as famílias das pessoas surdas são isentas. Durante um ano, chegamos a capacitar mil pessoas.

Para manter esse ritmo, precisamos fazer a engrenagem funcionar a todo vapor atendendo empresas, instituições de ensino que já possuem ou querem implementar ações de diversidade e inclusão. Dessa forma, garantimos o crescimento do negócio, sem abrir mão das nossas ações de responsabilidade social”, finaliza Eurides. 

ANF
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