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Cria de Restinga, Raphinha busca o hexa para sua comunidade no RS

Cria da favela Restinga, em Porto Alegre, o jogador do Barcelona e da seleção não desistiu dos seus sonhos e hoje é um ídolo do futebol

17 nov 2022 - 05h00
(atualizado em 21/11/2022 às 11h25)
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Raphinha com o uniforme do Barcelona, empinando uma bola, com a bandeira do Brasil como fundo
Raphinha com o uniforme do Barcelona, empinando uma bola, com a bandeira do Brasil como fundo
Foto: Reprodução/Instagram

Raphael Dias Belloli, mais conhecido como Raphinha, é um dos novos fenômenos do futebol brasileiro. Atualmente, joga como ponta, pelo time espanhol Barcelona, desde julho deste ano, como uma das contratações mais caras da história da equipe. Depois de ser convocado em 2021 para as eliminatórias da Copa do Mundo, ele foi recentemente convidado para fazer parte da seleção brasileira na Copa, que começa no próximo dia 20. Nas eliminatórias, se destacou nas partidas contra Colômbia e Uruguai e Venezuela, onde marcou dois gols.

Apesar de ter feito sucesso muito rápido, o jovem de 25 anos, tem uma longa história de luta atrás do seu sonho. Natural de Restinga, favela de Porto Alegre (RS) e de origem humilde, ele enfrentou diversos obstáculos, pensou em desistir algumas vezes, mas seguiu em busca de seus objetivos. Seu ídolo e inspiração é Ronaldinho Gaúcho, sempre quis ser como ele. Hoje em dia, Ronaldinho o elogia, ele fala que o assiste e que gosta do estilo de jogo dele.

Restinga se localiza longe do centro da capital Porto Alegre, então Raphael saia bem cedo de casa e voltava à noite, em seus treinos quando mais novo. Muitas vezes ele não tinha dinheiro para pagar passagem, então usava o cartão de transporte da mãe de um amigo e eram os amigos que dividiam o lanche quando ele não conseguia levar. Ele e os outros meninos já chegaram a pedir comida às pessoas na rua, que muitas vezes os recebiam com preconceito, pois eram adolescentes pobres, que estavam sujos e com hematomas dos treinos de futebol, já chegaram a ouvir que eram vagabundos.

Durante a sua história, ele foi rejeitado por categorias de base, por exemplo, tentou escolinhas do Inter e na base do Grêmio, mas costumava ouvir que não era alto e forte o suficiente, o chamavam de “franzino’’. Então no começo, disputava apenas em torneios de várzea, que são organizados entre comunidades. Nesses campeonatos, ele se sentia em casa, ninguém o julgava e o que ele mais ouvia é que tinha grandes chances de se tornar jogador profissional. A motivação dos seus amigos e de sua mãe, o ajudaram a continuar tentando.

Quando ele conquistou um trabalho como jogador de futebol, pensou em desistir por estar longe de casa, como aconteceu com um tio seu, que já foi jogador profissional. Mas conversando com sua mãe, ela o incentivou a seguir seus sonhos, assim como ela seguiu os dela. Lisiane Dias, sua mãe, depois de trocar de muitos empregos para sobreviver, conseguiu estudar e hoje trabalha com o que mais gosta, que é com crianças que possuem dificuldades de aprendizagem.

Ele fez bons amigos no futebol, com quem convive, mas atualmente, sofre com saudades dos parentes e com a realidade dos amigos da favela, pois muitos acabam morrendo por conta das drogas. Ele acredita que se manteve fora das problemáticas que as drogas podem causar devido a sua família que sempre o aconselhou e apoiou. Muitos conhecidos da sua comunidade não possuíam uma família estruturada, como a dele.

Raphinha ainda tem muito futuro pela frente no futebol e agora, representando o país no Mundial, terá a chance de trazer o hexa para a seleção brasileira.

ANF
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