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G10 Favelas incentiva o empreendedorismo em comunidades

Betim é a primeira de MG a participar do G10 das Favelas, seguida da Rocinha, no Rio, Heliópolis e Paraisópolis, de SP, entre outras

23 nov 2022 - 03h00
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Inauguração do Pavilhão Social de Betim
Inauguração do Pavilhão Social de Betim
Foto: Arquivo pessoal

Adquirir independência financeira e ter uma renda suficiente para manter uma vida digna é um dos maiores desafios para quem mora nas favelas e periferias do país. A falta de oportunidade no mercado formal é o principal obstáculo que leva essas pessoas a pensarem numa forma de empreender.

De acordo com o Instituto de Pesquisa Data Favela, 41% dos entrevistados brasileiros das comunidades são empreendedores e 54% fazem hora extra ou trabalhos informais para aumentar os ganhos. E para empreender e manter o foco nos negócios não basta só ter vontade.

No município de Betim, em Minas Gerais, moradores de favelas e periferias da região contam com o apoio de associações para concretizarem o sonho de investir no próprio negócio. A G10 Favelas é um dos projetos da cidade, composto por líderes e empreendedores de impacto social das favelas. O bairro Jardim Teresópolis é o pioneiro em Minas Gerais a fazer parte do grupo. Assim como os países ricos (Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão e Reino Unido) do G-7, o G10 uniu forças em prol do desenvolvimento econômico e social dessas áreas urbanas.

O objetivo do G10 é o desenvolvimeto econômico e protagonismo das comunidades, empreendedorismo de impacto social, empoderamento da comunidade, inovação em comunidade. São mais de 18 iniciativas, entre educação, esporte, cultura, lazer, sustentabilidade, meio ambiente e economia solidária.

Apesar do foco ser atuar em todas as demandas dos periféricos e favelados, a Ong incentiva a comunidade a investir no empreendedorismo. “Aqui não damos somente cestas básicas. Nosso diferencial é ajudar a pessoa a empreender”, comenta o coordenador estadual Kenedy Alessandro. Ele idealiza as ações como forma de inspirar todo o país a olhar para a favela, tornando as comunidades grandes polos de negócios, atrativo para investimentos, de forma a transformar a exclusão em startups e empreendimentos de impacto social de sucesso.

Visando as prestações de serviços para a própria comunidade, foi criada a Favela Brasil Express, que é a primeira empresa de logística de entrega produzida na favela e para a favela. O projeto desbloqueia os CEPs possibilitando que as compras feitas pela internet possam chegar às casas dentro da favela, onde os Correios e as transportadoras não chegam.

Kenedy explica que a finalidade das campanhas é dar oportunidade aos moradores locais de aprenderem um ofício e colaborarem com a população através do próprio aprendizado. A campanha Mãos de Maria por exemplo é a responsável pela produção das marmitas solidárias distribuídas para famílias em vulnerabilidade. As atividades são voltadas para mulheres que buscam um empoderamento financeiro através de cursos de panificação e qualificação na área gastronômica, a fim de administrarem o própro negócio.

Para aquelas que sofreram violência doméstica e tiveram a autoestima afetada pelas agressões físicas e psicológicas dentro de casa, foi elaborado o projeto Costurando Sonhos Brasil. Mulheres que antes eram ofuscadas e sem oportunidade de se destacarem e serem protagonistas da própria história, hoje podem mostrar o talento por meio da Capacitação em Corte e Costura. Neste mês foi realizada a formatura da primeira turma. “Tivemos um desfile das próprias alunas com os looks que elas criaram e costuraram durante o curso. O evento ajuda a trazer o crescimento e a renda para a nossa amada e querida Favela da Terê”, conclui o coordenador.

ANF
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