Jovens chegam para mudar o perfil dos empreendedores
Novas gerações encontram no empreendedorismo uma forma melhorar a qualidade de vida e a saúde mental
Empreender é sempre uma possibilidade para os brasileiros quando a situação financeira fica difícil de ser sustentada, quando o salário encurta ou ocorrem demissões. Especialmente neste pós-pandemia, a dificuldade financeira aumentou e o dinheiro saiu pela porta da frente de milhões de brasileiros, especialmente na periferia. Porém, os jovens vêm ampliando sua visão sobre o que é empreendedorismo nas favelas, correndo inclusive, atrás de capacitação para trilhar um futuro que supere as dificuldades atuais.
Entre os motivos para o aumento na criação de registros de Microempreendedor Individual – MEI, para jovens periféricos, estão: desgaste no transporte, a falta de tempo para lazer, o desejo de mais liberdade para exercer suas funções, etc. São temas presentes no radar das novas gerações, cada vez mais preocupadas com uma melhor qualidade de vida e saúde mental.
Nesse contexto, ser seu próprio patrão é um importante atrativo experimentado pelos mais jovens no início de sua vida profissional. Nesse caminho existem algumas opções de cursos gratuitos de capacitação em diversas plataformas.
Luiz Fernando, estudante do ensino médio e empreendedorismo, morador da periferia de Itaguaí, no Rio de Janeiro, já trabalha com vendas on-line de desenhos feitos virtualmente. “No início pensei sinceramente ser algo supérfluo, mas com o tempo percebi que ser empreendedor é algo que bom pra mim, me auto reconheço como um bom líder em diversas áreas, e essa matéria pode me aprimorar mais. Saber administrar meu dinheiro e saber como agir em situações que tenho que usar o empreendedorismo são alguns dos vários benefícios”, comenta.
Com um cenário especialmente incerto, a criatividade é mais do que necessária para sobreviver e conseguir renda. Apesar das constantes necessidades dos brasileiros, é importante que não nos esquecermos de mudar a mentalidade sobre o que é empreendedorismo e, a qualificação adequada desses jovens é fundamental para o sucesso.
Douglas Machado de 22 anos e morador da Reta da João XXIII, no bairro de Santa Cruz, ele conta que já era um empreendedor em outra área, mas afirma que a capacitação foi um divisor de águas na sua vida “Existe um Douglas antes e outro pós o SerCidadão. Depois de terminar os estudos na ONG,abri uma confeitaria on-line. Sigo empreendendo na Papelzinho Mágico e agora também na Universo Gourmet”, revela.
A formação e o conhecimento para conquistar novas e melhores oportunidades de renda são processos importantes para o sucesso dos empreendimentos gerenciados pelos jovens das favelas. Foi assim com Geisyane Jesus, 19 anos, moradora da periferia de Santa Cruz, no Rio. Ela começou a empreender no ensino médio, vendendo biscoito cookies, “Não me via como uma empreendedora. Hoje em dia vejo a extrema importância de estudar, para o crescimento como uma microempreendedora”, diz.
Ela relata o processo como cansativo e aconselha, “Paciência”, “É um pouco cansativo começar a investir no empreendimento, por que terão dias que tudo vai correr bem para suas vendas, mas em outros dias não. E tudo bem, isso faz parte. É um trabalho que requer paciência, persistência e atenção. Mas sempre lembrando que é um processo que precisa ser avaliado com muita sabedoria. Com foco tudo coopera para o sucesso.” conclui.