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Precisa de uma reserva de emergência? Não se desespere

Para a orientadora financeira Amanda Dias, paciência, perseverança e consistência são a chave para investir, mesmo para quem está começando

30 nov 2022 - 05h00
(atualizado às 12h11)
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Amanda Dias, do Grana Preta, diz que é preciso perseverança para poupar
Amanda Dias, do Grana Preta, diz que é preciso perseverança para poupar
Foto: Taciana Pereira

A realidade de grande parte da população brasileira é um orçamento apertado, que mal chega ao fim do mês. De acordo com levantamento feito em outubro pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), de cada 100 famílias brasileiras, 79 estão endividadas. Nesse cenário, a poupança acaba ficando em segundo plano, o que compromete ainda mais a vida financeira das famílias.

Poupar exige paciência, perseverança e consistência. É o que diz a orientadora financeira

e fundadora do Grana Preta (@granapretaoficial), programa de educação financeira para autônomos e microempreendedores de baixa renda. Amanda também é colunista do Dinheiro em Dia, do Terra.

"O foco principal e tirar a visão de curto prazo. Você viveu vários anos sem reserva de emergência. Não se desespere. Vai fazendo, vai juntando, porque uma hora vai ser necessário. A diferença de quem não tem reserva para quem tem, é que quem tem reserva não vai se endividar quando essa emergência aparecer. E quem não tem reserva, tende, a um momento de emergência, usar mais o cartão, precisa pedir um empréstimo e vai se endividando", diz.

Para a organização da vida financeira, ela diz ser ideal ter um projeto, um orçamento. "Quando a gente fala de organização financeira, muitas vezes as pessoas ficam com medo de adotar um orçamento, porque acham que não vai dar certo, porque vivem no aperto e continuam sempre nesse ciclo", diz ela. "Não é algo para te prender, mas você vai ter aquilo ali como norte, como meta", afirma.

Isso significa dizer que se um dia a pessoa sair do planejado, pode ser por um descuido, por um aperto. "Mas com o orçamento, você tem um norte, saber onde você vai se guiar, seguir. O objetivo do orçamento é exatamente esse", diz ela.

Método

Amanda conta que gosta de trabalhar com a metodologia 70/30, em que 70% da poupança deve ser organizada para o presente e os outros 30% para o futuro. Os 30% do futuro podem ser dividido em três metas: construir uma reserva de emergência, planejar uma previdência complementar e outros 10% para metas. Se a pessoa estiver endividada, uma das metas pode ser o pagamento dessa dívida.

"Nos últimos anos, com a crise, e por conta da Covid, a gente viu ainda mais o quanto você ter uma reserva é fundamental. Para formar essa reserva você precisa ver primeiro o que é essencial para você sobreviver. Tudo aquilo que você não pode ficar sem. Alimentação, moradia, transporte, que não tem como cortar".

A partir desse diagnóstico, a reserva de emergência deve cobrir pelo menos seis vezes esse valor. "Se os custos essenciais são de R$ 900 por mês, a reserva dessa pessoa deve ser de R$ 5,4 mil."

Segundo ela, ao ver esse resultado, a pessoa já se assusta. "Meu Deus do céu, R$ 5,4 mil, como eu vou chegar lá? A pessoa separando 10% do valor que ganha por mês, consegue chegar em 4, 5 anos investindo essa grana. Se você investe no Tesouro Selic, um dos investimentos mais básicos, pode colocar, por exemplo, R$ 200 todos os meses. Em cinco anos você vai ter R$ 16 mil. É uma perspectiva em que a pessoa não precisa de desesperar."

Em dois anos, por exemplo, dá para montar uma reserva de emergência de pouco mais de R$ 5,3 mil.

Para quem está começando, Amanda recomenda o Tesouro Selic como uma boa opção. "Eu gosto muito de indicar esse título público. Tem baixo risco, um rendimento médio bacana. As pessoas precisam esquecer essa coisa da Internet que faz com que os investimentos fiquem parecendo uma mina de ouro. Um lugar que você vai alavancar muito rápido a carteira. Essa não é a realidade para a maioria das pessoas e principalmente não é a realidade para quem tem pouco conhecimento em investimentos", diz.

Amanda conta que o foco de curto prazo atrapalha muito a tomada de decisão do investidor, da população comum. "Você tem aquela grana com um foco, um objetivo de longo prazo. Você sabe que só vai acumular aquele dinheiro lá na frente. Mas você recebe diversos gatilhos nas redes sociais, aqueles joguinhos de apostas. Aqui é muito comum a questão da aposta. A pessoa não tem noção do montante final que ela está apostando. E o quanto poderia estar rendendo num título de investimento mais seguro", afirma.

Fonte: Redação Terra
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