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“Tô aqui pela minha mãe”, diz jogador órfão do Rio de Janeiro

Lateral esquerdo da seleção do RJ, que disputa o Favelão em SP, ainda sonha em ser atleta profissional de futebol

16 nov 2022 - 05h00
(atualizado em 18/11/2022 às 16h26)
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Foto: Dario Vasconcelos/Visão do Corre

O Rio de Janeiro que conhecemos pelas belezas naturais, também é a cidade de sonhos e histórias de superação. O carioca Pedro Paulo Barbosa de Macedo, 16, jogador da seleção do Rio de Janeiro, é a verdadeira expressão de força, garra e vontade de vencer na vida. Vendedor de petiscos e bebidas como batata frita, frango empanado, chá gelado, sucos e refrigerantes, o garoto que já fez testes no Sport Clube Internacional, de Porto Alegre, e na Associação Ferroviária de Esportes, time de Araraquara, sonha em ser atleta profissional de futebol.  

Mas, para quem vê o lateral esquerdo encher o pulmão de ar e dar um pique de 50 metros até a linha de fundo do campo, não sabe que a vida já tirou o seu fôlego inúmeras vezes. O primeiro golpe duro veio após a separação dos pais. O momento difícil obrigou o jogador a encarar com paciência e de maneira madura um dos episódios mais marcantes de sua vida.  

O destinou se mostrou ainda mais traiçoeiro quando o atleta tinha apenas 13 anos. Foi na adolescência que Pedro perdeu a mãe, e a vontade de jogar. “Ela convivia com o vírus do HIV e não aceitava o tratamento e nem a doença” lembrou o jogador. Com o tempo, a dona de casa precisou ser hospitalizada passando um longo período afastada dos filhos e faleceu durante a internação. O garoto não pôde visitar a mãe e a última lembrança que tem dela viva é em casa, no convívio diário com as irmãs e, também, com o jogador.  

“Tô aqui pela minha mãe, tá ligado? Quando eu perdi minha coroa meu mundo desabou e eu não queria mais jogar bola, fiquei sem reação. Eu fiquei muito tempo trancado dentro do quarto com depressão, ansiedade e vários pensamentos ruins. Se hoje estou aqui é por ela, para honrar a memória dela”, destacou.    

Pedro Paulo joga desde os sete anos em projetos sociais no bairro onde nasceu, a Vila Aliança, em Bangú, zona oeste do Rio de Janeiro. A tarefa de levar e buscar o jogador nos treinos era do avô, mas após adoecer o idoso ficou impossibilitado de cumprir a tarefa e Pedro passou a ir aos treinos sozinho. Atualmente, o lateral busca uma vaga na final do Favelão, campeonato organizado pela Central Única das Favelas (Cufa), com a seleção do Rio de Janeiro. 

“A expectativa é ser campeão dessa taça e aparecer na televisão pra quem sabe, no futuro, todos terem novas oportunidades”, finalizou o jogador.

Fonte: Visão do Corre
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