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Gil de Ferran teme segurança e esnoba a F-1
Domingo, 24 Dezembro de 2000, 00h34
Atualizada: Segunda-feira, 01 Janeiro de 2001, 18h14

São Paulo - Na entrevista abaixo, o piloto Gil de Ferran, atual campeão da F-Indy, conta que se preocupa com a segurança da categoria e que nem pensa em correr mais na Fórmula-1.

O brasileiro falou também que não imaginava que sua vida fosse ficar tão corrida depois do título da Indy. Quer mais em 2001

Quando começou o ano de 2000, você imaginava que poderia terminar da maneira que terminou, com o título da Indy e homenageado no mundo inteiro?

Gil de Ferran: Para te falar a verdade, eu nunca sonhei com as conseqüências de um possível sucesso, entrevistas, prêmios, coisas do tipo. Mas um dos principais motivos por que eu aceitei o convite do Roger (Penske) para integrar a equipe dele, foi que, no fundo, no fundo, eu acreditava que mais dia, menos dia, eu poderia alcançar um título. Agora, daí para frente eu não tinha a menor expectativa de quando e como. Depois de ter assinado o contrato eu procurei me concentrar nas minhas tarefas diárias, nos meus problemas diários, nos meus desafios, dia a dia, sem ter nenhuma expectativa. Eu mergulhei de cabeça, 100% em cima da equipe, trabalhando muito próximo com eles, todo dia lá, navegando. E já no final dos testes de inverno do ano passado, na minha cabeça já tinha uma luz no fim do túnel: "Puxa, parece que as coisas estão indo bem". Mas, em momento algum, eu falei está no bolso, isso aqui está no jeito.

E quando você bateu com o Montoya na Austrália, penúltima etapa da temporada? Achou que o título estava perdido?

Eu desci do carro calmo. Na minha cabeça, eu pensei: "aconteceu, aconteceu! Eu não poderia ter feito nada mais do que fiz para evitar o toque com o Montoya. Agora, mesmo que eu vá para Fontana em segundo, eu acredito que tenho boas chances de ir lá e vencer o campeonato. O desafio da Austrália acabou. Vira a página, vamos para o próximo".

E depois de se sagrar campeão do mundo? Como ficou sua vida? Como você encarou a repercussão?

A semana depois do título foi uma baixaria. Aquilo foi super corrido, foi um negócio bem acelerado. Quanto à repercussão, eu procurei, propositalmente, não pensar nesse assunto. Isso não me ajuda em nada, não melhora a minha performance em nada. Justamente pelo contrário, cria uma distração na minha cabeça. Então, como eu não esperava nada, para mim tudo foi como uma boa e agradável surpresa. A reação que houve aqui no Brasil, as pessoas ligando, cumprimentando quando eu cheguei aqui, te parando. Foi bem legal, tanto aqui como nos EUA.

E como está a sua cabeça para o futuro? Já está pensando em mais quantos títulos?

Mais quantos títulos??? Eu não sei. Mas te digo uma coisa: eu estou ainda correndo, não vou largar tão cedo, estou muito motivado. Enquanto eu estiver correndo, estou correndo para ganhar. Se eu vou ganhar outros títulos ou não, só Deus sabe. Mas eu vou para o pote com tanta sede quanto eu fui no ano passado. Vou continuar lutando com todas as minhas forças, mas, mesmo assim, a gente não consegue alcançar tudo aquilo que queremos.

Você disse que não conseguimos conquistar tudo aquilo que queremos. Dentro disso, para você, está a frustração de não ter corrido na F-1?

Para mim, isso é página virada. No final de 94, eu tomei uma decisão muito consciente, que eu sabia da possibilidade de não ter mais volta. Para mim, a carreira nos EUA, na Indy, era uma possibilidade muito séria. Era uma categoria que foi boa suficiente para o campeão do mundo, na época o Nigel Mansell, ir para lá, e porque não seria boa para mim? Desde então, tem sido mais uma escolha de equipe do que uma escolha de categorias. Não que eu não goste da F-1, não me entenda mal, eu adoro a categoria, sempre fui um fã e assisto às corridas até hoje. Só que hoje em dia, sou piloto de uma das equipes de maior prestígio no automobilismo do mundo. Uma das mais famosas, e que mais sucesso tiveram no mundo, não só na Indy, como em carros esporte, turismo, na Europa, nos EUA, até de F-1 eles venceram corrida. Estou muito contente. Enquanto eles me quiserem lá, eu fico.

E a temporada de 2001? Você está preparado para encarar uma tabela de 22 provas, fora os treinos e compromissos com patrocinadores?

Meu, 2001 vai ser pé embaixo (risos). Precisaremos ter muita organização. Com certeza, já sinto que a demanda no meu tempo duplicou e vai se manter alta. Vai ser um desafio para mim e para as pessoas que trabalham comigo. Mas olha, uma coisa eu te digo: eu não vou sacrificar a parte da preparação física e da família, não vou desperdiçar o tempo que reservo para essas coisas. Para mim, é importante para meu físico e para a minha cabeça. Mas que vai ser um ano muito cansativo, isso vai. Já estou até vendo (risos).

O que você acha dessa empreitada do Adrian Fernandez, que vai ser dono de equipe e piloto?

Acho que ano vai ser pauleira para ele. Ele arrumou sarna para se coçar. É um trabalho muito difícil. Mas cada pessoa, obviamente, tem um talento diferente, tem uma maneira de operar diferente. Pode ser que, para ele, isso de ser chefe de equipe funcione bem. Mas é muito difícil você conseguir manter o foco, enquanto piloto, a concentração necessária para você conseguir pilotar bem, e tocar uma equipe ao mesmo tempo.

Esse é um desafio que você aceitaria? Seria dono de equipe?

Eu??? Para comandar uma equipe, teria que ser uma pessoa muito mais eficiente do que sou hoje. Mas, também, nunca faria isso enquanto ainda estivesse pilotando. Ou você vai para um lado, ou para o outro. Os dois juntos, como te disse, é loucura.

Qual é a mágica da Indy para atrair tantos pilotos brasileiros? É porque tem menos politicagem do que na F-1?

Não sei, mas quando eu fui para a Indy, me atraiu o fato de estar indo para uma equipe em que, se eu pilotasse bem, teria chances de disputar entre os primeiros. Para mim, isso é primordial quando se vai fechar um contrato. Você tem que tentar fechar um contrato que te ponha em condições nas quais a responsabilidade está nos seus ombros. Se você pilotar bem, se fizer a tua lição de casa, vai andar bem. Na Indy existe um número elevado de equipes que te oferecem essa opção. O equipamento é muito igual. Acredito que nós tenhamos a melhor equipe, o melhor carro, e falo isso sem reserva nenhuma. Mas as diferenças são pequenas. Tão pequenas que se a gente não acertar o carro bem no fim de semana, vamos lá para trás no grid. E aí essa diferença que temos por ter o melhor equipamento some. Então não são diferenças como a McLaren e a Ferrari têm para o resto das equipes na F-1. Por isso que eu digo que, mesmo você estando em uma equipe média na Indy, se você pilotar bem e a sua equipe fizer um bom trabalho no fim de semana, você tem chances de conseguir bons resultados.

Sobre a segurança. Não acha maluquice vocês dirigirem carros que chegam a quase 400 km/h?

Isso é um problema sério. É difícil você equilibrar as duas coisas. Que duas coisas? Uma é manter um nível elevado de segurança, que pilotos e organizadores desejam. E acho que a Cart tem feito um bom trabalho quanto a isso. O outro problema é como você pode fazer isso e, ao mesmo tempo, manter a característica geral da categoria, que tem, na minha cabeça, um dos carros mais rápidos e difíceis de se pilotar. E eles só são assim porque têm muitos cavalos, muita aderência e um nível elevado de sofisticação. Então como você equilibra as duas coisas? Como você mantém essa essência da categoria e ao mesmo tempo a mantém segura? Isso é um trabalho constante, porque você tem que ir navegando conforme o equipamento vem se desenvolvendo. E acho que a Cart fez um bom trabalho nesse sentido. E vão ter que continuar fazendo, tomando decisões, ano a ano, e tomando cuidado para não errar. Eu, particularmente, gostaria que eles tomassem muito cuidado em relação a isso. Com certeza, não quero guiar um Indy Lights ou um F-3000. Eu já guiei, já fiz isso. Eu quero guiar um carro de muita potência, aderência, difícil de guiar. Não quero um carro lento.

Em 2001, a corrida do Rio será em um circuito misto. Te agrada?

Me agrada muito. E é uma pena que não vamos poder correr no misto inteiro, o antigo. Aquele circuito, para mim, era maravilhoso. Eu gostava muito. Foi lá que ganhei minha primeira prova, em 1986, de F-Ford. Eu corri lá três vezes... Ganhei duas! Gosto muito daquela pista. Acho que vai ser uma boa idéia, principalmente pelos problemas de chuva. Nos dois últimos anos, tivemos alguns atrasos com problemas de chuva, o pessoal teve que ficar esperando, não é legal para o público. Para a gente, vir até aqui e não ter corrida... Quase aconteceu isso no Japão, esse ano. Fomos para lá, que é muito longe, e quase não teve corrida. E acho que o público vai gostar do mesmo jeito, as corridas de misto são tão disputadas quanto as de oval. E a pista do Rio dá muita possibilidade de ultrapassagem.

L!Sportpress


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