Quando olhamos aquele risco de luz cruzar o céu e fazemos nossos pedidos, na verdade estamos nos dirigindo a um meteoro que sequer é capaz de emitir luz. Realizando-se ou não o desejo, o certo é que a expressão "estrela cadente" não é muito precisa, segundo Basílio Xavier Santiago, professor do Departamento de Astronomia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs). "Não se tratam realmente de estrelas, como o Sol ou as que vemos no céu noturno, e sim de objetos rochosos que normalmente não emitem luz", diz.
Quando uma destas rochas entra na atmosfera da Terra com velocidade de dezenas de quilômetros por segundo, o atrito com o ar as aquece muito rapidamente, e elas geralmente são incineradas. É isso que gera a luz.
Apesar de não o presenciarmos com muita frequência, o fenômeno está longe de ser raro. "Todo os dias, milhões de quilogramas de rochas atingem a Terra. Em sua grande maioria, as rochas são muito pequenas e acabam completamente incineradas muito antes de se aproximar do solo. Somente as de maior massa penetram toda a atmosfera e chegam ao solo. Estas causam um impacto sobre os oceanos ou sobre o solo, deixando, no último caso, uma cratera. Nesses casos, chamamos a rocha de meteorito", esclarece o professor.