Em janeiro de 1997, por cinco votos a dois do júri popular, Guilherme de Pádua foi condenado a 19 anos de cadeia. Paula Thomaz também foi condenada no mesmo ano, tendo a sentença sido decretada em maio. Ela foi punida com 18 anos e meio de detenção, também por júri popul ar e placar de quatro votos a três. Como os dois estavam detidos desde o assassinato, ainda em 1992, cumpriram mais dois anos de cadeia e foram libertados em 1999.
A decisão da Justiça pela liberdade do casal tinha base legal. Não havia nenhuma chance de a decisão ser revista. Como o casal teve bom comportamento na cadeia e era prim ário (sem antecedentes), foi beneficiado com a chamada progressão da pena, conseguindo acertar as contas com a lei depois de cumprir um terço da sentença original.
Hoje soltos, Guilherme vive em Belo Horizonte e Paula mora no Rio, onde se casou novamente. Na época do crime, com apenas 19 anos, ela estava grávida de quatro meses e acabou tendo o bebê na cadeia. Guilherme e Paula se divorciaram durante o cumprimento da pena, quando ele mudou sua versão em definitivo, incluindo a mulher como co-autora do crime.
A sentença em que Guilherme foi proferida pelo juiz José Geraldo Antônio, depois de três exaustivos dias de julgamento. Na decisão, o juiz cita pontos da personalidade do ator. “O réu exteriorizou uma personalidade violenta, perversa e covarde, quando destruiu a vida de uma pessoa indefesa, sem nenhuma chance de escapar ao ataque de seu algoz, pois, além da desvantagem da força física, o fato se desenrolou em local onde jamais se ouviria o grito desesperador e agonizante da vítima. Demonstrou o réu ser uma pessoa inadapt ada ao convívio social, por não vicejarem n o seu espíri to os sentimentos de amizade, gen erosidade e solidar iedade, colocando acima de qualquer valor sua ambição pessoal”.
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